Fechado há ano e meio, centro de recuperação quer abrir portas à comunidade sem tratamentos perto de casa e tem expectativa de celebrar acordo com SNS.
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Residente em Aldeia Nova, Olival, no concelho de Ourém, Natália Lopes, 63 anos, aproveitou, ontem, o dia aberto no centro de recuperação de feridos de guerra ucranianos e fez uma sessão de magnetoterapia para aliviar as dores de costas. Vizinha do antigo seminário dominicano, totalmente recuperado para tratar militares que estiveram nos campos de batalha, a escriturária defende que devia estar aberto à população, obrigada a deslocar-se a Ourém ou a Leiria para fazer fisioterapia. Desde agosto de 2023 que o espaço não recebe feridos, por falta de dinheiro.
Ângelo Neto, membro da direção da Help UA.PT, explica ao JN que, em novembro de 2023, um temporal abriu uma cratera de 30 metros entre o ginásio e os gabinetes de atendimento dos doentes, que os obrigou a instalar um sistema de drenagem novo e a fazer o reforço estrutural dos edifícios, sob pena de ruírem, pelo que ficaram sem verbas. “As viagens e duas semanas de tratamento para um grupo de 15 pessoas custam 20 mil euros”, justifica. Depois dessa despesa imprevista, contavam receber verbas, no âmbito de um protocolo assinado entre o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, e o ministro da Defesa Nuno Melo, mas tal não sucedeu.