<p>O leilão de 120 máquinas agrícolas e industriais, ontem, terça-feira, em Pombal, foi o espelho da crise que afecta aqueles dois sectores. Alguns equipamentos não foram vendidos e outros foram-no abaixo dos valores de mercado.</p>
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Tratando-se, como se tratava, do último leilão do ano de máquinas agrícolas e industriais promovido pela BCA - uma mega empresa internacional especialista em leilões, que só em 2008 vendeu 21.800 viaturas usadas -, a expectativa de quem ali confiou a venda dos seus equipamentos era enorme. O problema, como se veio a confirmar, é que, apesar da grande afluência de interessados - cerca de uma centena de agricultores, pequenos empresários e comerciantes -, a abundância de dinheiro não foi a mesma de outros tempos.
Um parte muito significativa dos tractores agrícolas, alfaias, geradores, empilhadores, betoneiras, reboques, pás carregadoras, retro-escavadoras e compressores foi vendida abaixo ou mesmo muito abaixo do preço exigido pelo vendedor. Alguns equipamentos ficaram por vender, por falta de interessados.
"Isto está muito complicado para a agricultura e para a construção civil. Se os 'grandes' já se queixam, que dizer dos 'pequeninos', como eu, que mal ganham para sustentar a família", queixava-se, ao JN, o agricultor José Figueiredo, que não fez qualquer negócio.
Mário Claro, director de Marketing da BCA, embora reconhecendo a crise na agricultura e na indústria, lembra que só o ano passado a "sua" empresa facturou 175 milhões de euros em usados, esperando um ligeiro aumento do volume de vendas em 2009. "Se calhar", como dizia o agricultor Pedro Almeida, "esse é mais um sinal de crise. Não têm dinheiro para comprar novo e, que remédio, compram velho".