António Costa e Mário Moreira recuam uma exata década para evocar a romaria de Nossa Senhora das Dores de então, quando a ambição da enorme comissão de festas - tinha mais de 100 elementos - que integraram deu à luz um programa recheado de "eventos desde maio até agosto", mês das celebrações. Este ano, a organização ainda só conta com oito pessoas, e será um dos expoentes da dificuldade que se adensa para cativar voluntários que façam as festas.
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"Estou aqui há 16 anos, e nota-se que, de ano para ano, é mais difícil arranjar pessoas para encabeçar a comissão de festas", observa o padre Luciano Lagoa, da paróquia de S. Martinho de Bougado, onde a romaria se realiza. E adianta: "Já fizemos quatro reuniões para tentar motivar as pessoas". Após o conjunto de encontros, ficou decidido que António e Mário, de 58 e 65 anos, ficariam na direção da comissão.
Já há um terceiro elemento para esse núcleo central, mas são precisos mais. Entre "seis a oito pessoas", apontam, explicando que cada uma lidera um dos grupos responsável pelos vários "setores" - da animação musical ao fogo-de-artifício. "Há 10 anos, conseguimos movimentar jovens, e vamos ver se conseguimos reativá-los. Têm agora mais 10 anos, e deviam tomar conta das festas", apela António Costa, lembrando que, após as reuniões ocorridas, "era expectável que houvesse mais gente". Porque - recorda o pároco de S. Martinho - as aldeias que este ano organizam a romaria são "a zona mais populosa" da cidade. Mas Mário Moreira diz que, "se aparecerem 20 pessoas, já é muito bom para os dias de hoje".
Para já, o elemento mais novo a integrar a comissão tem 37 anos, e os mais velhos são octogenários. Seja como for, "haja oito, 15 ou 20 pessoas, a parte religiosa vai fazer-se", assegura o padre Luciano Lagoa, sublinhando que a procissão "é para retomar" nos moldes tradicionais, "desde que as autoridades de saúde autorizem". Porém, "a parte lúdica tem de se ver...". Até porque "é muito pesada em termos financeiros", relembra António Costa, que aponta a necessidade de "angariar uma verba entre 250 a 300 mil euros" e de "muito trabalho".