Falta regulação no comércio do Porto: lojas tradicionais ameaçadas pela especulação imobiliária
A Câmara entregou distinções do Porto de Tradição a três lojas da Baixa. O vereador da Economia diz que é preciso regular licenças.
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Mais duas lojas acabaram de entrar para a lista do Porto de Tradição - as placas foram entregues ontem à Mundo dos Tecidos e à Cafetaria Sical, e também à secular Casa Hortícola, que, incluída no programa municipal desde 2017, ainda não a havia recebido -, mas, em contrapartida, há outros tantos estabelecimentos históricos da Baixa portuense em risco de desaparecer da listagem, por terem a eles apontada a espada do encerramento, dada a ameaça de despejo promovida pela especulação imobiliária. É o caso, por exemplo, do Armazém dos Linhos e da Casa dos Linhos, que têm processos em tribunal.
Os comerciantes receberam as distinções das mãos do vereador da Economia, Ricardo Valente, que, questionado pelos jornalistas, afirmou haver no Porto "uma total desregulação do ponto de vista de abertura de comércio que não tem rigorosamente nada a ver com a cidade", apesar de a Câmara estar a "investir imenso dinheiro na proteção daquilo que é o caráter identitário" do Porto. "Corremos o risco de estar a proteger comércio tradicional que, a partir de determinado momento, é quase um gueto dentro da atividade comercial na cidade", disse o autarca, aludindo à proliferação de negócios de souvenirs.