O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina, alertou esta terça-feira que faltam 50 milhões de euros para financiar a obra da dessalinizadora face ao apoio previsto no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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“A obra inicialmente tinha uma determinada perspetiva de valor e hoje, sabemos, ficará entre os 106, 108 milhões de euros. As duas propostas foram apresentadas nessa ordem de valores, o que significa que faltam mais 50 milhões para financiá-la a 100%”, alertou o também presidente da Câmara de Olhão.
De acordo com a plataforma de contratação pública AcinGov, consultada pela Lusa, são quatro as empresas que concorreram à construção da dessalinizadora, mas apenas duas apresentaram propostas abaixo dos 108 milhões de euros, o valor limite indicado pela Águas do Algarve. A Aquapor, que se juntou ao grupo espanhol GS Inima, apresentou um valor global de 107,92 milhões, enquanto a Transwater e Cimontubo, que se juntaram à espanhola Tedagua, avançou com 106,97 milhões.
A estação de dessalinização terá uma capacidade inicial de conversão de água do mar em potável de 16 hectómetros cúbicos, sendo financiada no âmbito do PRR com um investimento de cerca de 50 milhões de euros. António Miguel Pina considerou que a parcela em falta poderá vir “do Orçamento de Estado ou de afetação de verbas do PRR”, nomeadamente de outros projetos “que não terão capacidade de serem executados dentro do prazo”.
Dois milhões por Alqueva
No périplo pelo Algarve, a ministro do Ambiente deu conta de que Espanha vai pagar a Portugal dois milhões de euros por ano pelas captações de água do Alqueva, verba que deverá constar do acordo final a assinar entre os dois países no próximo dia 26 de setembro. Para Maria da Graça Carvalho, essa verba não é “exorbitante”.
Olhando para a necessidade de proteção do litoral algarvio, a governante garantiu um investimento de 16,7 milhões de euros, com intervenções em faixas costeiras em Loulé e em Portimão, numa extensão total de oito quilómetros. A operação maior é a que está prevista para o troço Quarteira - Garrão (Loulé), que consiste na alimentação artificial da área numa extensão de 6,6 quilómetros, combinando a reposição de areias com a proteção das arribas. “É a zona do Algarve [Quarteira] que sofre mais erosão”.