Queixa devido a alegado erro em avaliação médica a doente segue para Ministério Público, depois de ter sido enviada para a administração do Centro Hospitalar Tondela Viseu e para a Ordem dos Médicos.
Corpo do artigo
A família de um homem que está internado há uma semana no Centro Hospitalar Tondela Viseu acusa a unidade de saúde de negligência médica por ter falhado o diagnóstico de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Os familiares de José do Carmo Martins já avançaram com queixas junto da administração daquele hospital e da Ordem dos Médicos. Vão apresentar agora uma participação ao Ministério Público.
O "calvário" deste utente, de 63 anos, começou em novembro do ano passado quando lhe foi detetado um cancro, contou ao JN a filha, Sofia Martins. Em fevereiro teve uma embolia pulmonar e a 16 de março, José regressou às urgências, mas foi encaminhado para casa.
Na sexta-feira seguinte, sentiu-se pior, "vomitava tudo e não segurava a cabeça". A família chamou o INEM e um dos profissionais do instituto de emergência médica disse a Sofia que o seu pai "pelos sintomas estava a ter um AVC".
Nesse mesmo dia ficou internado, e segundo a queixosa, "não foi feito qualquer Tomografia Axial Computorizada (TAC)", apesar da sua insistência. "Perguntei ao médico se não seria um AVC e ele afirmou que não era, que era um tumor", afiança, acrescentando que a médica de família lhe disse que era um Acidente Vascular Cerebral.
Hospital não comenta
Insatisfeita com o hospital, a família de José apresentou uma queixa na Ordem e no livro de reclamações do hospital. Hoje, deve dar entrada com uma participação no tribunal.
"O meu pai não caminha, não fala em condições, se abrir os olhos vê tudo preto, está muito fraco", explica, defendendo que se tivesse sido realizado uma TAC "tinham-se evitado as sequelas que ele tem". "Já não acredito no hospital e quero tirá-lo daqui. Eles dizem que são tão ou mais competentes do que o IPO de Coimbra ou do Porto. Acho outros médicos vão chegar à conclusão que houve negligência", sustenta Sofia Martins.
O hospital não comenta a acusação mas diz que "a orientação clínica e os cuidados prestados ao doente, que se mantém internado na unidade hospitalar, são os adequados à situação clínica".