<p>Uma família de cinco pessoas, com um bebé de meses, vive sem energia eléctrica em S. João de Areias. Tudo porque a habitação, construída há mais de 20 anos, foi implantada em zona florestal. A Câmara de Santa Comba Dão promete ajudar a ultrapassar o problema.</p>
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"A família está sinalizada e já foram tomadas providências no sentido de desafectar da zona florestal o terreno onde a casa foi construída", explica António Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Santa Comba Dão.
O autarca diz mesmo que a "energia já está propositadamente próxima da habitação", mas avisa que só quando o processo de desafectação estiver concluído "poderemos resolver o problema de vez e pedir uma baixada".
Por outro lado, lembra António Correia, "já oferecemos alternativas de habitação que foram rejeitadas pelo agregado".
A mudança de lar é de facto uma questão que divide a família. Maria América da Silva Fonseca, a dona da casa, tem brio na habitação em tijolo rebocado. Mas reconhece que sem luz, nunca poderá conservar alimentos ou deixar as filhas ver uns minutos de televisão "apenas quando sobra dinheiro para comprar gasolina para o gerador já velho". Por isso gostaria de ir morar para uma habitação social.
Armanda, a filha de 12 anos, aluna do 6.º na EB 2,3 reage: "Eu gosto de morar aqui". Mesmo reconhecendo que gostaria, como outras colegas, "de ver mais televisão e ter luz para estudar".
A família, pai, mãe, duas filhas de 12 e 22 anos e um neto de quatro meses, vive do magro salário do chefe da casa. "Vale-nos a ajuda das pessoas e o Rendimento Social de Inserção que a minha mais velha recebe" reconhece Maria América.
A Secundária de Santa Comba Dão, através do projecto "Um abraço de esperança" do 8º C, e num processo de articulação entre as psicólogas Gabriela Vieira e Sofia Costa, os professores Anabela Gonçalves e Paulo Aparício, encarregados de educação e empresas, tem levado à família roupas e bens de primeira necessidade. "Agora conseguiram um frigorífico. Pena é que não possa ser usado, devido à falta de energia", lamenta Maria América.