Mãe e duas filhas de Rendufe estão há quase duas semanas em casa de vizinhos. Culpam "descarga inesperada" de barragem e pedem ajuda para refazer a vida.
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A Deolinda continuam a faltar as palavras sempre que entra em casa e vê as paredes com buracos feitos pela força da água, a lama que ainda não saiu dos azulejos e o amontoado de roupa em cima do frigorífico que já não funciona. Há quase duas semanas que ela e duas filhas estão em casa de vizinhos, depois de o rio Homem ter galgado as margens e destruído a habitação da família, em Rendufe, Amares. “Abriram as comportas da barragem e o rio subiu como nunca tinha visto em 40 anos. Em minutos fiquei sem nada”, lamenta.
A recordação do dia 4 de novembro faz com que o ar sereno de Deolinda Pinto, de 67 anos, se desfaça num ápice. Nessa manhã , quando viu que o rio estava “descontrolado”, entrou pelo quarto da filha Sílvia, implorou-lhe que pedisse ajuda e que as duas se juntassem para tentar salvar alguma coisa enquanto era possível.