Nascida nas Fontainhas, no Porto, em 1924, Elisa Pinto juntou neste sábado toda a família para celebrar o seu centésimo aniversário no Restaurante Chamiço, na Rua da Constituição. Hoje, já conta com 8 filhos, 18 netos e 15 bisnetos, mas "mais hão de vir". Filha mais nova sublinha resiliência da mãe.
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Elisa casou cedo, aos 21 anos, e o seu ganha-pão sempre foi a costura. "Chegou a fazer seis pares de calças por dia. Sempre foi uma senhora muito trabalhadora. Até chegou a fazer colchões", conta a filha mais nova, Ângela Pinto. E sempre que era preciso ajudar, lá estavam os filhos, ainda que pequenos.
"Teve dez filhos, mas dois morreram em bebé. Eu nasci prematura, aos sete meses, mas a minha mãe ficou viúva aos 40 anos, quando estava há quatro meses grávida de mim", acrescenta Ângela. Desde então, Elisa criou os seus filhos sozinha e mudou de casa várias vezes. Onde viveu mais tempo foi nos Mercadores. "Foram 46 anos", contabiliza a filha mais nova.
Além da costura em casa, também chegou a fazer limpezas domésticas. "Era sempre mais um bocadinho, não é?", admite a filha mais nova de Elisa, reconhecendo a resiliência da mãe ao longo de toda a vida para sustentar a família. "Uma vez, a máquina de costura avariou, então começou a ter de fazer tudo à mão, com a nossa ajuda, mas um senhor ofereceu-lhe uma nova", recorda Ângela. Certo é que que todos os filhos ficaram a saber, por exemplo, como fazer uma bainha.
Flores e beijinhos
"Trabalhou até aos 62 anos, que era a idade para a reforma na altura", acrescenta Ângela. Aos cem anos, falha apenas a fala a Elisa, mas apesar de tudo "não está acamada".
A portuense vive atualmente no Bairro do Bom Pastor, na casa de Ângela, e os dedos das mãos já não são suficientes para contar todos os netos e bisnetos. "Mais hão de vir", ri a filha mais nova de Elisa, em conversa com o JN.
O almoço de aniversário deste sábado foi de grande alegria entre todos os familiares. Houve entrega de ramos de flores e, como não poderia deixar de ser, muitos beijinhos foram partilhados com Elisa Pinto, num momento de verdadeira celebração pela sua longa vida.