Um casal de emigrantes portugueses, natural do Barreiro, mas residente há mais de 20 anos em França, está a lutar pela vida no Centro Hospitalar de Montpellier depois de ter sofrido um acidente de mota há cerca de um mês na comuna francesa de Mauguio.
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Agora, a família está a fazer uma "vaquinha" para ajudar os três filhos, de 21, 19 e 13 anos, a lidar com os encargos financeiros dos "próximos tempos" enquanto decorre a investigação das autoridades. Os avós, que tinham regressado a Portugal há um ano para gozar a reforma, voltaram a França para amparar os netos.
Carlos e Patrícia estavam a regressar "de fazer desporto", de mota, quando a 17 de outubro, cerca das 20.30 horas, tiveram um acidente com um carro com o qual colidiram frontalmente em Mauguio. O casal foi projetado e sofreu ferimentos graves, tendo sido transportado para o hospital em estado muito grave. Ambos estiveram mais de duas semanas em coma induzido e só há pouco mais de uma semana começaram a despertar, sendo que, para já, é uma incerteza saber com que sequelas vão ficar após a aparatosa colisão.
"A minha irmã sofreu um traumatismo craniano severo e uma fratura no pé. Já o meu cunhado teve duas fraturas na bacia, uma hemorragia interna e ficou com um braço e um osso da mão partidos. Como estava muito agitado, tiveram de o sedar. E está a ter febres que os médicos ainda não sabem de onde vêm", começou por explicar ao JN Cláudia Orengo, irmã de Patrícia, que vive a cerca de 300 quilómetros do casal, em Cannes.
Carlos e Patrícia têm três filhos: duas raparigas de 21 e 13 anos e um rapaz de 19 anos. Na noite do acidente, o rapaz seguia com os pais atrás, numa outra mota, e assistiu a tudo. O casal, natural do Barreiro, mas a residir há mais de 20 anos em França, explora um restaurante português bastante conhecido na comuna francesa de Lunel chamado "Lisboa Café" e no dia do acidente estava de folga.
"Felizmente, temos recebido ajudas de familiares que mandam algum dinheiro para a minha sobrinha pagar a casa. Mas eles também tinham um restaurante, que está fechado. Além disso, tinham um crédito e enquanto a investigação não ficar concluída não podemos pedir ajudas ao Estado", contou a familiar, justificando a criação da campanha da angariação de fundos.
"Comecei esta vaquinha porque sabia que ia ser difícil. Não sei por quanto tempo as coisas irão ficar nesta situação. Só o meu cunhado deverá ficar pelo menos seis meses no hospital", acrescentou, apelando a alguma solidariedade, "nem que seja um euro".