Simão, menino de três anos e meio de Vila Nova de Gaia, sofre de epilepsia grave e de doenças raras, necessitando de terapias que os pais não conseguem pagar. Para tentar dar mais qualidade de vida ao menino, pedem ajuda.
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Teresa volta-se para o filho com os olhos claros repletos de ternura; já não se choca ao ver a cabeça do pequeno Simão descaída, sem amparo lateral na cadeira que lhe foi estendida por mãos solidárias. Afaga-lhe a testa e procura corrigir-lhe a postura enquanto conta que, além da epilepsia grave detetada semanas após o nascimento, os médicos suspeitam que, na base do atraso no desenvolvimento físico e cognitivo do menino de Gaia, haja doenças raras para as quais ainda não têm nome ou identificação no complexo mapa genético.
Mas Teresa, a mãe da criança de três anos e meio “que parece ter menos idade”, tem duas certezas: com 95% de incapacidade, o filho precisa de terapias intensivas dispendiosas, e a família não tem capacidade para pagá-las.
Sem resposta adequada no serviço de saúde público, a alternativa é o recurso a uma clínica privada em Espinho, onde os tratamentos de que Simão precisa “são caríssimos”: estão orçados em 2500 euros mensais, um valor que os pais, Teresa e Pedro Alves, não têm como suportar. “Não fazemos [as terapias] porque é caro”, encolhe-se a mãe, que é técnica de ação educativa e está de baixa desde junho, com o ordenado mais curto, para poder acompanhar o filho. “Se fossem só três meses de tratamentos, pedíamos um empréstimo. Mas não são; isto é para lhe dar alguma qualidade de vida”, explica Teresa, que é ainda mãe de três meninas de cinco, 11 e 13 anos.
Com uma “epilepsia que não está controlada, porque a medicação não faz efeito”, Simão morde as mãos – dele e da mãe – a todo o instante. Teresa carrega sempre um saco de medicamentos cujos nomes esdrúxulos já enumera de cor. As despesas com os fármacos também são extravagantes: “quando ele está com crises, gastamos, em média, 150 euros numa semana”.
Conta solidária
A exposição mediática, a que os pais lançaram mão como “último recurso”, é um apelo à solidariedade de todos. “Quando temos estes filhos especiais, não há alternativa”, desabafa Teresa Alves, que em janeiro criou a página de Facebook “Juntos pelo Simãozinho”, para divulgar a causa, e abriu a conta solidária do filho (NIB: 001800035879 624402077), que também aceita donativos por MBWay, através do número 916188252.
Várias terapias
Simão precisa de fazer fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, método Padovan e cinesioterapia respiratória, uma vez que também padece de problemas a este nível.
Equipamento de apoio
A família ainda aguarda pelo carrinho adaptado pedido em agosto, pelo Centro de Reabilitação do Norte, à Segurança Social.