Filhos, netos e bisnetos homenageiam esta quinta-feira homem, natural de Vila Flor, com almoço na Maia.
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António Vaz é natural de Valtorno, Vila Flor, e contam os filhos que "aos 95 anos ainda se dedicava à agricultura". Não fosse uma queda há três anos, em que fraturou a clavícula, e muito provavelmente ainda por lá andava. Mas desde então vive num lar em Alfena, Valongo, para estar mais perto dos filhos. Hoje, dia em faz 100 anos, a família, de que fazem parte quatro filhos, cinco netos e oito bisnetos - incluindo a pequena Gabriela, nascida há um mês -, vai juntar-se na Maia num almoço para homenageá-lo.
Conta o filho Licínio, de 70 anos, que António, que chegou a acumular a profissão de alfaiate com a de barbeiro, "está ansioso que o dia chegue, porque adora comer no hotel". E logo faz o reparo: "Ele chama hotel ao restaurante". António, que ouve mal, sorri.
Maria José, a filha mais velha, sublinha que "a adaptação ao lar não foi fácil", mas o "bom rebelde", como o intitulam os filhos em jeito de graça, ultrapassou mais essa dificuldade com um sorriso nos lábios.
Licínio recorda que o pai "ficou órfão de mãe à nascença, tendo o avô logo depois emigrado para França. Foi criado por uns tios e isso fez com que aprendesse a ser independente muito cedo".
"Bom prato e memória de elefante" são qualidades que Élia, a filha mais nova, reconhece em António, apontando que o pai "odeia ser contrariado".
Além de ler o Jornal de Notícias todos os dias, o centenário adora jogar damas, embora no lar não exista companhia para o fazer.
Em tempos idos, chegou "a tocar violino e a ser um bom dançarino", referiu Élia. Hoje em dia, continua a filha, "gosta de passear à beira-mar (diz frequentemente que na sua terra há gente que nunca viu o mar), e de torcer pelo Futebol Clube do Porto".
"Depois de chegar aos 100 já posso morrer descansado", concluiu António.