Mesmo as famílias que vivem no bairro dos Moinhos, nas Fontainhas, no Porto, que não queiram sair de lá, terão de ser realojadas. Disso mesmo garantiu o presidente da Câmara, Rui Moreira, esta segunda-feira, no final da reunião privada de Executivo. Um casal deverá mudar-se em breve.
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Todas as famílias que vivem no bairro dos Moinhos, nas Fontainhas, no Porto, vão ser realojadas em habitações da Domus Social. O presidente da Câmara, Rui Moreira, adiantou esta segunda-feira que os moradores estão já a visitar as suas novas casas e que, "mesmo as [famílias] que não querem, vão ter de sair dali".
Apesar de o Município continuar a tentar negociar a compra daqueles terrenos, o autarca sublinha que "não há condições" para construir habitação. Por isso, a intenção daquela autarquia é "naturalizar" a área e "criar algumas bacias de retenção que permitam reduzir o impacto da água". Enquanto o processo não avança, "as casas existentes vão ser destelhadas para não serem ocupadas". No entanto, "se a Câmara não conseguir comprar, terá de avançar para expropriação", reforça Moreira.
"É bom saber" que a Domus Social "tem casas disponíveis" para emergências, nota BE
Por sua vez, o vereador do BE, Sérgio Aires, reconhece que "parece não haver outra solução" além do realojamento das famílias, uma vez que não estarão reunidas, naquele local, as condições necessárias para que lá seja construída habitação.
Ainda assim, o bloquista salienta: "É bom saber que, quando há emergências e catástrofes, a Domus Social tem casas disponíveis". Isto porque, clarifica, "não é isso que acontece noutras circunstâncias". "É sempre dito, em muitos outros casos de grande emergência humana, que há uma lista de espera e que as pessoas têm de esperar e, neste caso, há possibilidade", observa o vereador, notando, de qualquer forma, que não existirá uma bolsa de habitação para emergências, estejam elas relacionadas com catástrofes naturais ou emergências sociais.
Se tal mecanismo existisse, considera, "as pessoas tinham ido para as casas no próprio dia e não para o Seminário de Vilar".
"Tudo isto poderia ter sido planeado há mais tempo", observa Ilda Figueiredo
Ilda Figueiredo, da CDU, nota que a Câmara "está a agir em cima do acontecimento e tem de o fazer porque não há outra solução". "Creio que tudo isto poderia ter sido planeado há mais tempo, tendo em conta os problemas que ali existem e que agora sabemos que nem sequer permitem construção de habitação naquela zona. Lamento que se tenha demorado este tempo para verificar isso", adiantou a vereadora, no final da reunião privada de Executivo.
No entanto, e considerando que "alguns moradores têm péssimas condições de habitabilidade" mas "outros não são diretamente afetados", Ilda prevê uma situação "mais complicada". "A Câmara tem que fazer um verdadeiro processo de negociação, seja com os proprietários, seja com os moradores, distinguindo situações", aconselha, revelando que um casal deverá mudar-se para uma casa nova em breve.
Situação é "complexa", reconhece PS
Também o vereador do PS, Tiago Barbosa Ribeiro, garante estar a acompanhar "de forma próxima" esta situação, reconhecendo que a mesma é "complexa". Ainda assim, qualquer "realojamento feito por razões de segurança e salubridade tem de ser respeitado".
Contudo, para o vereador socialista, a premissa tem de ser sempre a mesma: "Se não morarem lá aqueles moradores, então não pode mesmo haver lá nada".