As famílias dos quatro pescadores que, em janeiro, perderam a vida no naufrágio do "Santa Maria dos Anjos", estão há nove meses à espera das indemnizações.
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A seguradora escuda-se na lei - entretanto alterada, mas sem resultado prático -, os homens do mar dizem que é "inadmissível".
"Chega! Basta! Exigimos respeito! Estamos a trabalhar para sustentar as nossas famílias. Não podemos ser tratados como lixo", afirmou o presidente da Apropesca - Organização de Produtores de Pesca Artesanal, Carlos Cruz, que esta terça-feira, em conferência de imprensa, deu voz à revolta das famílias.
Carlos Cruz diz que o naufrágio do "Ruben e Bruna", a 19 de Agosto, ao largo da Figueira da Foz, vitimou o mestre da embarcação e "já está resolvido". A seguradora é a Murimar.
No caso do "Santa Maria dos Anjos", a LusitaniaMar recusa pagar e, de papel em papel, vai protelando a situação.
O presidente da associação de produtores, que juntou na sala viúvas e familiares dos pescadores e o armador, lamenta que, apesar da alteração da lei - que prevê um prazo máximo de 90 dias para a emissão pelo Ministério Público da justificação judicial do óbito - as famílias continuem, há nove meses, à espera.