O Centro Social da Legião da Boa Vontade está a distribuir 500 cabazes alimentares, na ação de Páscoa, em Lisboa, Porto e Coimbra. As famílias reconhecem que esta ajuda é bem-vinda. A associação trata, em média, dois a três novos processos por dia.
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Em Coimbra, antes das 13 horas, a hora para a entrega dos cabazes da Legião da Boa Vontade, algumas pessoas já esperavam. Entre elas estava Patrícia, acompanhada de um dos seis filhos. “Neste momento, esta ajuda significa bastante”, diz.
Desempregada, a cuidar de um irmão, recebe o rendimento social de inserção e o abono dos filhos. “E não é fácil”, diz. A prioridade é alimentação e as despesas de casa, mas há também a medicação. “Tenho de esticar tudo muito bem esticadinho para conseguir fazer face à situação”, observa Patrícia, notando que, de ano para ano, “as coisas estão muito mais caras”.
O cabaz inclui arroz, massa, enlatados e azeite e, por ser Páscoa, chocolates e amêndoas. Em Coimbra, foram distribuídos 40. “São famílias nucleares e numerosas, muitas delas têm também o 12.º ano, licenciatura, mas, pela sua condição de vida, estamos a fazer um apoio pontual a nível de cabaz”, assinala Susana Veiga, assistente social da Legião da Boa Vontade.
Pedidos são diários
Há também famílias de Angola ou São Tomé, por exemplo, que não conseguem fazer face a todas as despesas. “Porque o agregado familiar ainda é significativo, por vezes pode haver algum elemento que possa até trabalhar, mas acaba por não conseguir responder a todas as necessidades”, diz Susana Veiga.
É a situação de Laura Emília Luís. Veio de Angola e está há oito meses em Coimbra. Num agregado de cinco pessoas só um filho trabalha. “Por enquanto, só consegue suprir a renda”. Segundo a angolana, “está a ser muito difícil” com a alimentação e o vestuário. O cabaz é uma ajuda “muito benéfica”.
“Em média, atendemos cerca de dois, três novos processos por dia”, aponta Susana Veiga. Lisboa e Porto são as cidades onde a Legião da Boa Vontade tem mais pedidos. É também onde, diz a assistente social, a associação “faz um trabalho de continuidade” e consegue “responder de uma forma bastante rápida e séria”.
Aumentam pedidos de imigrantes
“A nível de apoio às pessoas imigrantes, a necessidade tem vindo a ser cada vez maior e isso requer das instituições uma maior capacidade de adaptação e também capacidade de resposta”, reconhece.
Para os pedidos de ajuda, Susana Veiga aponta a habitação, com o valor das rendas “muito elevado”, mas também o “valor que as pessoas conseguem auferir” e que não acompanham todas as necessidades.
Para a assistente social é importante o apoio à Legião da Boa Vontade, seja a título de voluntariado, em palestra e também com bens alimentares. “Desta forma é que nós conseguimos, não só através do alimento, ajudar as famílias, mas também, em algumas atividades mais específicas, conseguimos promover na família a sua autonomia”, conclui.