Para ajudar no combate à pobreza e exclusão social, o Centro Social e Paroquial dos Santos Mártires, em Bragança, vai implementar o projeto "famílias-vizinhas" para dar apoio a pessoas carenciadas ou vulneráveis.
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O projeto está em fase de escolha das famílias vizinhas para as capacitar de modo a funcionarem como mediadoras de bairro. “A nossa ideia é capacitar essas famílias através das nossas instituições para que elas possam prestar um serviço de maior proximidade e conhecimento com os que precisam de ajuda”, explicou o padre José Bento, responsável pela IPSS. “Para que possam chegar às pessoas que estejam a passar por momentos de dificuldade, pobreza ou solidão, porque os vizinhos de casa dão outra confiança que não dá uma aproximação técnica e administrativa”, acrescentou.
Idosos que vivem sozinhos, migrantes e algumas franjas da população são dos que mais procuram a ajuda do centro paroquial dos Santos Mártires e da Cáritas Diocesana de Bragança. “Queremos arranjar estratégias que permitam a conciliação de esforços para colocar o pobre em primeiro lugar. Criar oportunidades para que as pessoas tenham voz e possam dar a sua participação ativa para a escolha do melhor caminho no sentido da resolução dos problemas e para que o combate à pobreza possa ser feito”, referiu o sacerdote.
A procura de ajuda tem vindo a aumentar. “Tem-se notado um aumento dos pedidos de ajuda. Nos últimos dois meses nota-se um aumento da procura de apoio geral. Devido ao aumento do custo de vida as pessoas não conseguem pagar as despesas e precisam de um suporte. Também há muita procura de roupa de inverno, medicamentos e géneros alimentares. Ajudamos entre 50 a 60 pessoas por mês, mas o número é muito variável e às vezes são mais”, deu conta Rui Magalhães, da Cáritas Diocesana de Bragança.
A própria instituição recebe menos donativos do que há uns anos, o que poderá estar relacionado com a crise e com o aumento do custo de vida que leva a que as famílias não tenham tanta capacidade para fazer ofertas. “Há uma subida generalizada dos preços e as pessoas têm mais dificuldades e retraem-se nas dádivas. Até uma lata de atum é muito mais cara. Também recebemos menos donativos do Banco Alimentar”, explicou Rui Magalhães.