A situação de guerra que se vive em Israel e na Faixa de Gaza vai estar presente nas preces desta quinta-feira e sexta-feira, no Santuário de Fátima, onde se rezará pela paz no Médio Oriente, sem esquecer a Ucrânia.
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O anúncio foi feito esta tarde pelo reitor do Santuário, Carlos Cabecinhas, durante uma conferência de imprensa que antecedeu o início oficial da peregrinação do 12 e 13 de outubro, que contará com a presença de milhares de peregrinos.
Segundo o sacerdote, durante os momentos de oração da celebração serão feitas "preces específicas" pela paz. "A paz é sempre temática maior em Fátima e, por isso, havendo um foco de conflito como este, não podíamos deixar de lembrar aos peregrinos, em cada dia e nas várias celebrações, esta intenção", referiu Carlos Cabecinhas, assumindo que o "o tema da paz será transversal a toda a peregrinação".
"Tínhamos o drama da guerra na Ucrânia. Agora temos o drama da guerra em Israel e nos territórios palestinianos, nomeadamente, na Faixa de Gaza. São situações que nos preocupam, de forma muito especial, e às quais não podemos, de modo algum, ficar indiferentes", afirmou o reitor.
Carlos Cabecinhas sublinhou que, desde que o conflito no Médio Oriente começou, no passado sábado, as celebrações no Santuário de Fátima ficaram"meditadamente marcadas" pela nova situação de guerra, mas os pedidos de paz serão enfatizados nas cerimónias de 12 e 13 de outubro. "A peregrinação é sempre um lugar de grande visibilidade do próprio Santuário. Por isso, interessa-nos também para tornar presente esta intenção", justificou.
Manter o dinamismo da JMJ
O reitor salientou ainda o facto de a peregrinação ser presidida por D. Américo Aguiar, o principal rosto da organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Segundo Carlos Cabecinhas, o convite feito ao novo cardeal, ainda antes de passar a fazer parte do Colégio Cardinalício, pretendeu manter o tema da JMJ "presente no horizonte" da Igreja em Portugal e de Fátima. "Foi um acontecimento marcante para o país e para a Igreja portuguesa, cujo dinamismo não queremos deixar perder", explicou o reitor, referindo que a Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que está a decorrer, é também uma intenção presente nestas celebrações.
4,4 milhões de peregrinos
No encontro com os jornalistas, o reitor fez um balanço da presença de peregrinos na Cova da Iria. Segundo os dados apresentados, este ano, entre maio e 10 de outubro, foi registada a presença de cerca de 4,4 milhões de fiéis, o que revela uma "recuperação enorme em relação aos tempos da pandemia", mas ainda "aquém" dos números de 2019.
Este ano, o Santuário contabilizou 3107 grupos de 95 países, incluindo Portugal, com destaque para a Europa, com 1417, e para a Ásia, com 295.
Além da recuperação dos grupos vindos da Coreia do Sul, Carlos Cabecinhas realçou a presença de peregrinos italianos, que este ano superaram os polacos, assim como o crescimento "exponencial" dos grupos vindos dos EUA.