Fecha loja centenária que assistiu à vida, luta e morte do prédio Coutinho
A Casa Carneiro fecha as portas ao fim de 116 anos de história em Viana do Castelo. A proprietária de 75 anos prefere uma saída digna e a “deixar saudades”.
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Nasceu em 1908 como comércio de tecidos de lã e algodão, passou para os artigos regionais e, depois, para os Jogos da Santa Casa, jornais, tabacaria e tornou-se um dos pontos de venda de bilhetes para a romaria da Senhora d’Agonia, em Viana do Castelo. Foi testemunha de muita da história da cidade, incluindo o nascimento, vida, lutas contra a demolição e morte do célebre edifício Jardim (prédio Coutinho). A Casa Carneiro, localizada junto ao jardim público de Viana e ao lado do antigo e polémico imóvel de 13 andares, encerra no dia 31 de dezembro. Para sempre.
“Vai ser muito triste deixar de estar aqui, por trás deste balcão”, lamentou Elisabete Mesquita, de 75 anos, conhecida como Bertinha pelos clientes e amigos, e que atendeu ao balcão durante 57 anos. Habituou crianças, cães e até pombas [a uma delas, que frequenta a casa todos os dias, deu o nome de Rosinha] à “bolacha Maria” que guarda religiosamente na loja para ofertar.