Encerramento do complexo petroquímico de Leça da Palmeira, em Matosinhos, gerou quebras enormes nos negócios de restauração na zona envolvente.
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Indignada e sem meias palavras, Rosa Azevedo condensa numa frase lapidar o impacto nefasto que a desativação da refinaria da Petrogal teve nos negócios de restauração em torno da unidade onde trabalhavam cerca de 400 pessoas, além das mais de mil que prestavam serviços no colossal complexo petroquímico inaugurado em 1970, diante do mar de Leça da Palmeira, em Matosinhos. “Deu um rombo danado ao comércio”, protesta a comerciante, que, 42 anos após ter aberto o restaurante e snack-bar Flor de Almeiriga, contabiliza uma “perda de clientes de quase 100%”.
“Toda a gente perdeu com o fecho da Petrogal, toda a gente. Às vezes, enchia o café duas vezes, à hora do almoço. Agora, são moscas; não tenho ninguém. Foi uma quebra à volta dos 70%”, corrobora Júlio Rodrigues, a serpentear por entre as mesas vazias do estabelecimento que começou a gerir há oito anos, na Rua de Óscar da Silva, artéria onde se concentra boa parte do comércio a norte da Boa Nova.