O fecho inesperado da Unidade de Saúde de Moimenta deixou a população em choque. A decisão, comunicada através de um aviso na porta, está a gerar revolta entre os habitantes da pacata freguesia de Cinfães, que terão de percorrer sete quilómetros por estradas sinuosas até Souselo para terem assistência médica.
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A Unidade Local de Saúde (ULS) do Tâmega e Sousa, entidade que gere o serviço de cuidados de saúde primários na região, assegura que “ninguém ficará sem assistência”, mas a comunidade teme pelo futuro do atendimento de proximidade. O centro de saúde encerra na próxima segunda-feira e os utentes, a Junta de Freguesia local e a Câmara de Cinfães tiveram conhecimento há poucos dias através do aviso afixado no edifício da unidade de saúde. A ULS do Tâmega e Sousa garante, que “todos os utentes” do pólo de Moimenta, que pertence à Unidade de Cuidados de Saúde Primários de Cinfães, “continuarão a ter acesso aos cuidados de saúde, apesar do encerramento da unidade”. Os utentes, muitos são idosos, passam ser atendidos pelo mesmo médico na Unidade de Saúde de Souselo, a cerca de sete quilómetros de distância por uma estrada sinuosa.
O certo é que a aldeia de Moimenta está na rua em protesto. Os moradores não aceitam a mudança. "Desde pequenito que havia aqui posto médico", contextualiza Pedro Nunes, de 74 anos. Agora, vai ser obrigado a deslocar-se para Souselo sempre que tiver necessidade de ir ao médico. O senhor Nunes, como é tratado por ali, indigna-se ao referir-se “aos velhinhos da aldeia”, sem condições físicas para viajar nos transportes públicos. "Estão desamparados. Já que temos que ir para Souselo deviam pagar o transporte", reclama.