Na Creche e Jardim de Infância Santiago da Barra, em Viana do Castelo, os pais já estavam à espera do fecho hoje anunciado e "para alguns, é um alívio por causa do risco".
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Érica Pinto, estudante do ensino superior, fez hoje uma surpresa ao irmão Tiago, que faz quatro anos e que já não via há três semanas. Foi buscá-lo à Creche e Jardim de Infância Santiago da Barra, em Viana do Castelo, no dia em que o Governo determinou o encerramento de todas as escolas. Tiago rejubilou ao ver a "mana" e esta também, até porque, além das saudades, acaba por ser um alívio ter o irmão em casa, apesar das dificuldades que isso coloca em termos da dinâmica familiar.
"É uma medida que tem que ser tomada, por muito que custe aos pais ter os filhos em casa e seja complicado conciliar tudo. Sinceramente até acho que até foi um bocadinho tardia porque já estamos com quase 15 mil casos", comentou Érica, confessando que, embora as medidas tomadas na creche tenham sido cumpridas, "havia sempre aquele medo, por causa da entrada e saída de pessoas". "É um alívio, mas ao mesmo tempo temos que saber gerir em casa esta situação toda que é complicada", considerou.
Para Paula Veloso (grávida) e Marco Lopes, o facto de o filho Martim, de três anos, ficar em casa a partir de sexta-feira também traz conforto. "Já estávamos à espera e, aliás, já tínhamos ponderado ele ficar em casa porque eu estou no final da gravidez e [o menino ir para a creche] era sempre um risco", comentou a mãe.
Também Pedro Vilela, ao ir buscar a filha Maria Pedro, comentou que "a medida é necessária". "Vamos esperar que traga bons resultados e que isto passe rápido. Que sejam só 15 dias, para ficarmos um bocado melhor e também porque eles necessitam vir à escola", declarou, com a filha pela mão, assegurando que já esperava o encerramento e que o aceita.
Odete Araújo, a diretora técnica da Creche e Jardim de Infância Santiago da Barra, que acolhe cerca de uma centena de crianças, comenta que, por estes dias, a instituição já só estava a ser frequentada por metade dos meninos.
"Há pais já não os traziam ou porque estão em isolamento ou porque entretanto ficaram em casa em teletrabalho e optaram por ficar com os filhos em casa. Para alguns isto até é um alívio, porque revelavam alguma preocupação. Iam perguntando se as coisas estavam controlados ou se havia indícios de casos. Nós já estávamos à espera e os pais também, tendo em conta os números que têm sido conhecidos nos últimos dias. Aceitam e percebem que esta medida é necessária", considerou.