Líder da FAP alertou ministro da Educação para problemas como a falta de investimento no Ensino Superior e de alojamento.
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"Num mundo cada vez mais extremado", a Comunicação Social é um garante da "pluralidade informativa" e, por isso, a Federação Académica do Porto (FAP) entregou, ontem, ao "Jornal de Notícias", o galardão de mérito Diogo Vasconcelos, prémio batizado com o nome do homem que há 35 anos fundou a FAP.
O troféu foi entregue pelo presidente da FAP, Francisco Porto Fernandes, ao diretor-executivo do JN, Vítor Santos, durante a cerimónia que assinalou o aniversário da instituição que agrega 26 associações estudantis e representa 70 mil estudantes. "É muito importante sentir este reconhecimento, que é o reflexo do trabalho dos profissionais do Jornal de Notícias", agradeceu o jornalista, sublinhando que "os leitores são a génese do jornal".
Salientando também a relevância da FAP, Vítor Santos lembrou que esta "é a maior federação, com um projeto social que consegue ter uma intervenção ao ponto de distinguir o JN". Também o ministro da Educação, Fernando Alexandre, destacou o facto da FAP "ter uma voz" na sociedade.
Eleito em dezembro líder da Federação Académica do Porto, Francisco Porto Fernandes, de 21 anos, fez ouvir, ontem, essa voz perante o governante, ao afirmar que "ainda há muito a fazer" e recordando os diversos problemas que atingem o Ensino Superior. Como a falta de alojamento para estudantes e a necessidade de "reformular o sistema de apoios sociais".
Falta alojamento
"Portugal é o terceiro país da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] que menos investe, por estudante, no Ensino Superior", realçou o presidente da FAP.
E deixou o alerta para a necessidade de se concretizar "o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior que, em cinco anos, cumpriu apenas mil das 15 mil camas prometidas. Só com oferta resolvemos o problema".
Francisco Porto Fernandes alertou ainda para a necessidade de "rever o RJIES [Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior]" e sublinhou que "é necessária uma reforma estrutural do sistema de bolsas de ação social, e a primeira prioridade deverá ser a mudança na bolsa de referência, porque não se pode continuar num sistema em que o cálculo das bolsas de ação social tem por base um valor inferior ao limiar de pobreza".
Entretanto, a FAP anunciou ter criado um "Think tank" para pensar a Academia, o qual consiste num grupo de trabalho composto por oito jovens especialistas que se "propõem refletir e contribuir com propostas de políticas públicas" nas mais diversas áreas.
Realçando que "é na educação que encontramos a arma mais poderosa contra os populismos, na defesa da sustentabilidade democrática", o líder da FAP salientou que "o investimento no Ensino Superior cria externalidades positivas".