A Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde abre portas neste sábado nos jardins da Avenida Júlio Graça. Até 4 agosto, duas centenas de artesãos vão mostrar o que de melhor se faz no país, com música e gastronomia à mistura. Este ano, São Tomé e Príncipe é o país convidado.
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Carlos Alberto Alves aponta-lhe a qualidade do artesanato, que a faz “uma das mais puras”. Isabel Carneiro diz que é “o espaço ao ar livre” e os “muitos artesãos a trabalhar ao vivo”. A verdade é que a Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde continua a ser, para quem participa, “a melhor e a mais genuína do país”. A 46.ª edição arranca neste sábado e fica até 4 de agosto.
“É difícil encontrar feiras assim: só com artesanato de qualidade e com dimensão nacional”, explica Carlos Alberto Alves. Veio em 2023. Fez muitos amigos e os seus bonecos de Estremoz fizeram sucesso. Este ano, regressou.
Victor Afonso estreia-se na FNA. Faz as máscaras de madeira típicas da Festa dos Rapazes de Ousilhão, em Vinhais, há 31 anos. Concilia o artesanato com a profissão de enfermeiro e faz feiras por todo o país. Este ano, meteu férias para participar na de Vila do Conde: “Muitos colegas falaram-me bem desta feira. Venho com boas expectativas”, atira, sorrindo. Numa primeira impressão, ainda a assentar arraiais, gostou do espaço, num jardim com árvores, ao ar livre.
“É uma feira que tem sempre muita gente!”, explica Isabel Carneiro, rendilheira e professora na Escola de Rendas de Vila do Conde. Corre o país em feiras e garante: “Não há quem não conheça a nossa feira!”. Este ano, no stand local, vão trabalhar ao vivo crianças e adultos da Escola de Rendas e do projeto de “descentralização”, a funcionar em Bagunte, Ferreiró, Outeiro Maior e Parada.
Genkis Renner é artesão e guia turístico em S. Tomé e Príncipe. De lá vieram as peças em madeira e a bijuteria em vidro. Para além do artesanato, S. Tomé traz a gastronomia. Neste fim de semana, há quatro chefes santomenses no restaurante da feira a preparar calulu, molho no fogo, izaquente, pastel de fubá com fruta-pão, aveludado de cacau e outras iguarias. Depois, ao longo de 15 dias, explica o presidente da Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde (ADAPVC), Saraiva Dias, é “uma viagem pelos sabores do país sem sair da feira”.
A feira é organizada pela ADAPVC, tem entrada livre e, ao longo das duas semanas, deverá receber mais de 400 mil visitantes.
200 artesãos de todo o país
Rendas e bordados, couros, olaria, cestaria, tapeçaria, peças em vidro, cristal, ferro ou madeira. São duas centenas de artesãos, espalhados por 11 mil m2 de jardim. A feira abre todos os dias das 17 às 24 horas. Sextas, sábados e domingos é a partir das 15. À noite, há sempre um espetáculo diferente de música tradicional portuguesa.
Dia da Rendilheira a 28 de julho
Depois do lançamento em 2023, este ano o Concurso Jovem Artesão regressa com 31 peças candidatas. De volta está também o Prémio FNA, desta vez subordinado ao tema “Liberdade”, numa alusão aos 50 anos da Revolução de Abril. A 28 de julho, o certame recebe o Dia da Rendilheira, reunindo, no recinto, 150 mulheres a trabalhar ao vivo.