Começou neste sábado e prolonga-se até 6 de agosto a 45.ª edição da Feira Nacional de Artesanato de Vila do Conde, que reúne cerca de 200 artesãos de norte a sul do país. São esperados 400 mil visitantes.
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“É a melhor feira que se faz em Portugal! É só artesanato puro, sem misturas”, explica Sacha Kuul. A artesã, que vive numa pequena aldeia da Serra de Arga, em Caminha, é presença assídua na Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde há muitos anos e nunca se arrepende. Ali, reúnem-se, todos os anos, cerca de 200 artesãos, vindos de norte a sul, num espaço ao ar livre, em pleno centro da cidade, naquela que é a mais antiga mostra de artesanato do país. A 45.ª edição fica até 6 de agosto. São esperadas 400 mil pessoas.
Para os artesãos, conta a ceramista Carla Mota, no stand de Santa Maria da Feira, é “uma boa forma de divulgar o trabalho” e, às vezes, leva-se dali encomendas para muitos meses. Carla trocou, há 24 anos, um emprego como administrativa “que detestava” pelo artesanato. Faz máscaras, espanta-espíritos e peças decorativas. Estão lã os “seus” malapeiros de S. João de Ver e, claro, as fogaceiras. Tudo em barro, moldado, cortado e pintado à mão.
Com a feira aberta há pouco mais de uma hora, acabava de vender uma máscara. Nada mau. Os clientes eram do Porto. É quase sempre assim: gente de todo o lado.
E qual é o segredo? “Reinvenção, criatividade, mas sempre sem perder a identidade”, afirma Vítor Costa, o presidente da Câmara, que é parceira da Associação para a Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde na organização. Nos stands há só artesanato certificado e, a provar que a feira é viva e aberta às novas gerações – e Vila do Conde quer ser Capital Europeia da Juventude em 2026 -, este ano há um espaço dedicado ao Concurso de Jovens Artesãos.
Depois, Ferrol é “convidada especial”, uma forma de celebrar os 50 anos de geminação entre Vila do Conde e a cidade galega. As duas partilham a tradição na construção naval, o mar e o rio (ou as rias, no Ferrol), as rendas, a mesma euro-região – Norte de Portugal e Galiza – e, por isso mesmo, diz o edil, é tempo de “fortalecer laços”.
Para além do artesanato, todas as noites, há danças e cantares tradicionais e, no restaurante da feira, as Jornadas Gastronómicas que, ao longo dos 15 dias, vão percorrendo o país, numa viagem pela cozinha portuguesa, a que se junta a cozinha galega. A entrada é gratuita.