Um grupo de feirantes dirigiu-se esta sexta-feira à câmara municipal de Viana do Castelo, para reclamar do fim do apoio de 50 por cento às taxas de ocupação da feira semanal, concedido pela autarquia ainda por causa da pandemia.
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Durante o pico da covid-19, o município concedeu isenção e, posteriormente, com o regresso à "normalidade", os feirantes passaram a ter de pagar metade do valor aplicado até 2020. Estes dias, foram notificados da reposição das taxas pré-pandemia. Nos seguimento das reclamações, a câmara de Viana do Castelo agendou uma reunião com representantes das associações para a próxima semana. A situação afeta outras feiras do Minho.
"A esmagadora maioria das câmaras isentaram durante um período alargado de tempo as taxas, muitas delas até 100 por cento, e no caso de Viana isso também aconteceu. Entretanto, quando as coisas começaram a entrar mais na normalidade, Viana, como outras no Minho, passaram para um desconto de 50 por cento", afirmou, ao Jornal de Notícias, o presidente da Associação Feiras e Mercados da Região Norte (AFMRN), Fernando Sá, referindo que, desde o final de 2023, "muitas câmaras estão a deixar cair esses descontos".
No caso da feira semanal (sexta-feira) de Viana do Castelo, atualmente com cerca de 200 lugares ocupados, um feirante que "pague 45 euros por mês em cada feira, passará a pagar 90". O presidente da AFMRN, comenta que "numa altura destas em que a economia está como sabemos, os feirantes, que já estavam habituados a pagar aquele valor, são confrontados com a reposição do valor da taxa".
Segundo Fernando Sá, municípios como Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Melgaço, Ponte de Lima, são alguns dos que estarão a ponderar mexer nas taxas. Umas acabando com a isenção, que mantiveram até 2023, e aplicando um desconto de 50 por cento para 2024, e outras, como é o caso de Viana, pondo fim ao apoio.
"Na prática, as câmaras não estão a aumentar, estão é a repor o valor da ajuda que estavam a dar aos feirantes", afirma Fernando Sá, indicando que, no caso da feira de Paredes de Coura, o município decidiu manter a isenção, e na de Barcelos, a câmara deu continuidade ao desconto de 50 por cento. O Jornal de Notícias tentou uma reação da câmara de Viana, mas sem êxito até ao momento.