Vendedores com atividade na alameda do estádio municipal não querem ir para o sopé do monte Picoto
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Os feirantes que, atualmente, têm atividade na alameda do estádio de Braga, às quintas-feiras e sábados, vão avançar com uma providência cautelar, para exigir que a feira volte ao mercado municipal, de onde saíram há cerca de três anos, à conta das obras no equipamento. A ação judicial surge depois do Município ter anunciado que vai deslocalizar a feira ambulante para o sopé do monte Picoto, onde atualmente já decorre a feira semanal da cidade, às terças-feiras.
Esta segunda-feira, após a reunião do Executivo, onde o assunto foi levantado pelos vereadores socialistas, Francisco Peixoto, advogado dos 40 feirantes que trabalham na alameda do estádio municipal, garantiu que, ainda esta semana, vai dar entrada com a providência cautelar no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga. "Neste momento, já não temos obras no mercado, está completamente pronto [para os receber]", sublinhou o jurista ao JN, adiantando que os seus clientes querem espalhar-se por uma rua lateral e pelas traseiras do equipamento.
"Há um documento que promete aos feirantes que eles voltam ao mercado. E continuam a pagar taxas como se estivessem lá", alertou o vereador do PS, Artur Feio, durante a reunião camarária, lamentando que a deslocalização para a alameda do estádio já tenha representado "uma redução de 60%" nas vendas daqueles comerciantes. "Eles não aceitam ir lá para baixo [sopé do monte Picoto] agora", reforçou o socialista, já à margem da reunião, onde o presidente da Câmara, Ricardo Rio, alegou questões de "segurança" para não aceitar o regresso da feira ambulante ao mercado.
O edil justificou que o sopé do monte Picoto, recentemente requalificado, tem "todas as infraestruturas necessárias", como instalações sanitárias. "Passar para lá não é agravar a perda de receitas", defendeu Ricardo Rio, em resposta às acusações dos socialistas.
Também Bárbara Barros, da CDU, lança críticas à nova morada da feira ambulante. "Não compreendo como é que esta maioria insiste num modelo de não comunicação com estes feirantes. Já não resultou quando foram obrigados a sair do mercado", concluiu.