O ferryboat Santa Rita de Cássia, que, até 2021, assegurava a ligação fluvial entre Caminha e A Guarda, foi esta sexta-feira rebocado para um estaleiro em Espanha, numa operação que vai custar cerca de 50 mil euros.
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A embarcação vai ser avaliada e, posteriormente, será tomada uma decisão em relação ao seu destino. Ou vai para reparação para poder voltar a operar ou será desmantelado. Contudo, caso ainda seja possível colocá-lo em condições de navegar, terá de ficar atracado no cais, até que o rio Minho seja desassoreado.
A embarcação está parada há quatro anos devido ao assoreamento do canal de navegação e, segundo o autarca local, Rui Lages, a sua retirada do cais teve de ser feita "com auxílio de rebocadores”.
“Tivemos de esperar que a maré estivesse na sua cota quase máxima. As condições de assoreamento dificultaram as operações e têm vindo a dificultar não só o ferry, mas também a operação marítimo-turística, a própria pesca e a segurança na prestação de socorro por parte da Autoridade Marítima Nacional, que, não raras vezes, tem as suas embarcações assentes em bancos de areia”, declarou o presidente da câmara de Caminha, referindo que a ida da embarcação para estaleiro “não é uma obrigatoriedade do município”.
“Entendemos que teríamos de fazer uma avaliação da embarcação para perceber se necessita de algum tipo de intervenção, de reparação, manutenção, e só em estaleiro e doca seca é que é possível”, disse, indicando que o objetivo é aferir, junto de técnicos, “se a embarcação tem viabilidade, com ajustes e reparações, para voltar a navegar e fazer a travessia”. “Se nos disserem que não tem viabilidade, trabalharemos no sentido de a desmantelar”, acrescentou.
Os custos da operação, segundo consta na plataforma base de contratos públicos online, são de 11 365 euros, referentes a “Varagem/encalhe do ferryboat Santa Rita de Cássia para estaleiro especializado”, mais 36 mil euros do contrato de “Serviço de reboque do ferryboat para estaleiro em Espanha”, adjudicado à empresa Tinita- Transportes e Reboques Marítimos (publicação em 11 de julho).
Rui Lages descreveu que, para rebocar o ferry, “foi necessário garantir as condições de segurança, fazer extração de águas, colocar cabos”, sendo que a operação acabou por ser iniciada cerca de 17.25 horas. De acordo com o autarca, independentemente do resultado da avaliação, sem o rio livre de areia, a ligação Caminha - A Guarda não poderá ser retomada.
“Apelamos aos Governos de Espanha e Portugal que tomem uma posição conjunta sobre este bem natural, que está subaproveitado e votado ao abandono”, concluiu.