A tradicional Festa das Solhas de Lanhelas, em Caminha, que começou na sexta-feira e termina no domingo, tem um formato “mais simples”, devido a não terem surgido mordomos, como é habitual, para a organizar. E também por falta de peixe.
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Para “não deixar morrer a festa”, a junta de freguesia assumiu a organização. Convidou o clube de futebol da terra, Lanhelas Futebol Clube, e a paróquia, e apresentou um programa de três dias, com música, fogo de artifício e solhas, mas em menor quantidade que noutras edições.
Em Lanhelas, é tradicional a solha seca no fumeiro, que depois é servida frita em azeite e alho. Segundo o presidente da Junta, Adolfo Marrocos, noutras edições chegaram a ser preparados “cerca de 800 quilos de solhas seca e fresca”, mas este ano a festividade irá cumprir-se, como sempre no Largo de S. Gregório, com apenas “100 a 200 quilos”.
“Há pouca solha no rio Minho. Conseguiu-se alguma do rio Lima. Este ano vai esgotar depressa”, disse Adolfo Marrocos, referindo que foi introduzida uma novidade “para compensar a falta de solha”: negrão seco.
Contou que a junta de freguesia agarrou a organização da festa em junho, porque “as pessoas indicadas no ano anterior para a mordomia, não se entenderam”.
“É uma festa com muita tradição, mas também é uma festa que se trabalha um ano inteiro para ela. E ninguém quer assumir a responsabilidade”, comentou, explicando a solução. “Convidamos o clube para tomar conta do bar, a paróquia para a parte religiosa e a junta trata da animação e da logística”. Admite que a festa “não será tão forte como o costume. Será mais simples”, mas o objetivo “é não deixar cair a festa, esperando que apareçam voluntários para o ano”.