Festa do queijo da Serra sublinha importância do produto na economia do concelho
O queijo da Serra da Estrela continua a ter um peso muito grande na economia do concelho de Fornos de Algodres, onde existem cerca de 150 produtores, disse o presidente da Câmara, José Miranda.
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A autarquia de Fornos de Algodres, que faz parte da região demarcada de produção de queijo da Serra das Estrela, organizou hoje, domingo, a festa anual de promoção do queijo e de homenagem aos pastores e queijeiras do concelho.
José Miranda disse à Lusa que a produção de queijo de ovelha gera anualmente uma receita de "1,5 milhões de euros" para os agricultores que se dedicam a esta actividade.
O autarca sublinhou tratar-se de um produto muito importante para a economia local, visto que o município, com seis mil habitantes, tem "cerca de 150 produtores" de queijo da serra e "cerca de 40 queijarias licenciadas".
Tendo em conta este cenário, José Miranda assegurou que "a Câmara tudo faz para que nada falte a estes resistentes, no sentido de os ajudar, por exemplo, no controlo da qualidade, na apresentação de candidaturas para a modernização das suas explorações e das queijarias".
A autarquia tem em funcionamento um Gabinete Técnico de Apoio ao Ovinicultor que ajuda os produtores nos mais diversos aspectos. Entre outras coisas, promove e aplica desde 2004, nas queijarias do Município, "a custo zero para os produtores", um plano de segurança alimentar e de autocontrole, adaptado à legislação em vigor, segundo o responsável pelo gabinete, João Gomes.
O responsável referiu que o concelho produz anualmente cerca de 65 mil quilos de queijo da Serra da Estrela e cerca de 18 mil de requeijão.
Nos últimos anos, "a produção tem diminuído um pouco porque muitos produtores estão a optar por vender o leite a unidades de grandes dimensões, que posteriormente o laboram", segundo João Gomes, que acrescenta que isto ocorre põe causa da idade avançada das populações.
Na festa e feira do queijo de Fornos de Algodres, que se realizou no recinto do mercado municipal, participaram cerca de duas dezenas de produtores que venderam o queijo certificado a 15 euros e o não certificado a uma média de 13 euros.
Quem vendeu queijo queixou-se da pouca procura. "Há uns anos atrás era melhor. Começam a falar em crise e as pessoas já não se lançam tanto a comprar", justificou a comerciante Lucília Almeida.
Outra vendedora, Otília Pereira, disse à Lusa que "o povo diz que não tem dinheiro" e não compra queijo. A crise, garante, chegou "e muito" a este produto tradicional.
Já Graça Veloso afirmou que o queijo até "tem saído bastante", mas quem compra diz sempre que "não há dinheiro".