A edição deste ano das Festas da Cidade e Gualterianas de Guimarães realiza-se num formato diferente devido às restrições impostas pela covid-19. A memória de outras edições vai ser evocada com exposições, sem marcha nem carrosséis.
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As restrições impostas pela pandemia de covid-19 obrigaram a Câmara de Guimarães a apresentar um programa muito diferente do que é habitual para as Festas da Cidade e Gualterianas, que se realizam de 31 de julho a 3 de agosto.
Este ano, não se realiza a tradicional Marcha Gualteriana que habitualmente junta dezenas de milhares de pessoas na rua. O evento é substituído por uma exposição de adereços dos carros de outros anos, para ver no jardim da Alameda de São Dâmaso. "Vamos fazer uma exposição de certos artigos que temos na casa da marcha, que estamos a recuperar para fazer a exposição", explicou José Ponte, presidente da Associação Artística da Marcha Gualteriana.
Paralelamente, os obreiros da marcha estão a criar um carro alusivo ao centenário do nascimento de Amália Rodrigues, que vai percorrer as ruas da cidade com fado de Lisboa e Coimbra.
Ao mesmo tempo, em parceria com a Muralha, associação de Guimarães para a defesa do património, está a ser criada uma exposição que pode ser vista no Largo do Toural no fim de semana das Gualterianas. Vai mostrar fotografias antigas da Marcha Gualteriana e cartazes das festas de outros anos. Foi ainda lançado um concurso que pretende apoiar, com um valor total de 25 mil euros, cinco projetos artísticos que sejam instalados nas ruas durante as celebrações em honra de São Gualter.
"Toda a programação está a ser pensada no sentido de evitar todos os ajuntamentos, mas tudo dependerá do que for acontecendo, o que vai obrigar a um esforço maior de monitorização", sublinhou Adelina Paula Pinto, vereadora da Cultura da Câmara.
Todos os vimaranenses estão convidados, mas a Autarquia pode ver-se "na obrigação de desconvidar" caso a evolução da pandemia e o cumprimento das regras de distanciamento não sejam favoráveis, pois "primeiro está a defesa da saúde pública", reforçou Domingos Bragança, presidente do Município.
A zona do Centro Histórico, alameda de São Dâmaso, largo do Toural Norte e rua de Santo António vão ter a circulação automóvel proibida na semana das Gualterianas, acrescentou o autarca: "Não faz sentido realizar as Festas Gualterianas se não tivermos esta zona sem carros".
Sem carrosséis, farturas logo se vê
Com um orçamento ainda por definir, mas que será mais baixo que os 200 mil euros dos últimos anos, há ainda outras alterações à composição do período festivo. Não há sessões de fogo-de-artifício, concertos de grande dimensão nem licenças para operadores itinerantes de diversão, como carrosséis.
Domingos Bragança ainda não decidiu se autoriza itinerantes da restauração, como rulotes de farturas: "Em rigor eu não tenho a certeza se nós poderemos autorizar esses espaços porque são lugares de ajuntamento. Será a subcomissão da proteção civil com os serviços do departamento de cultura que irão ter de analisar. Não digo que sim nem não, tenho muitas dúvidas". Está ainda garantida a iluminação das ruas, das igrejas de São Francisco e São Gualter, do Castelo e da muralha.