A 12.º edição do "Red Burros Fly In", que contou, este sábado, com a participação de 65 aeronaves e cerca de 70 pilotos foi afetada pelos condicionalismos impostos pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Ainda assim, público não faltou: centenas de pessoas foram ver os aviões.
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“Devido a esta iniciativa o espaço aéreo nacional está condicionado, o que impediu alguns pilotos espanhóis, já inscritos, de estarem presentes. À última da hora cancelaram a vinda porque tinham de formular os pedidos de entrada com 36 horas de antecedência para cumprir as formalidades que a Autoridade Nacional de Aviação Civil obriga. Também o mau tempo na zona do Marão impediu a travessia de algumas aeronaves”, explicou António Pimentel, presidente da Câmara de Mogadouro.
O público concentrou-se, esta tarde, na zona do castelo de Mogadouro para assistir às acrobacias dos aviões e aos saltos dos paraquedistas. “Gosto muito de ver os aviões e costumo vir a este festival”, contou Natividade, residente em Alfândega da Fé.
Durante a manhã, as iniciativas decorreram no aeródromo municipal do concelho, também com muito público. “Não deixa de ser uma das atividades de aeronáutica mais relevantes do nosso país. Nós registamos com algum desagrado as condicionantes da JMJ, mas este é um evento de grande rigor técnico e de gestão. O município e o diretor do aeródromo municipal têm de acatar as regras”, referiu o autarca, sublinhando que, ao longo dos anos, o "Red Burros" tem sido "um sucesso".
O festival aéreo, que foi criado há 13 anos e só foi interrompido em 2021 pela pandemia de covid-19, dá “muito movimento aos cafés, restaurantes e outro comércio local” da vila, garantiu João Neves, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Mogadouro. “Os fins de semana costumam ser mais mortos e o festival atrai visitantes e tem retorno económico indireto. Também ajuda a hotelaria, pois muitos participantes pernoitam”, acrescentou João Neves.
O "Red Burros Fly In" nasceu como resposta a outro festival aéreo que se realizava no Porto há mais de 10 anos, o "Red Bull Fly In". “Esse evento no Porto tinha caráter internacional e o Município de Mogadouro não conseguiu registar o nome, quando decidimos realizar um festival aéreo. Então juntamos os aviões aos burros, uma vez que uma raça asinina Mirandesa é autóctone do planalto mirandês. Por um lado, promovemos os aviões e por outro os burros. A região até ficou a ganhar”, descreveu o autarca.