O Festival dos Canais volta a animar Aveiro de 16 a 20 de julho, com 157 apresentações (15 estreias) de artes de rua para assistir em 18 locais espalhados pela cidade, mais um do que no ano passado.
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Serão protagonizadas por artistas de 14 países, que desenvolveram projetos que dificilmente deixarão o publico indiferente: há deles que juntam grupos de forma inédita, envolvem a comunidade, trabalham a identidade, abordam a inclusão e alertam para as alterações climáticas. O investimento ascende aos 850 mil euros, pouco acima do orçamento de 2024.
O espetáculo multidisciplinar Sentido da Unidade junta as companhias Dundu e Worldbeaters, que já estiveram no festival, mas não a atuar em conjunto. “A vontade de virem novamente a Aveiro era de tal forma intensa, que decidi lançar-lhes um convite de fazerem um projeto específico, em que vão trabalhar com a comunidade”, contou José Pina, diretor do festival. Dia 18, pelas 22 horas, haverá uma parada, que começa na nova Urbanização Foz de Prata, junto ao canal de São Roque.
A realização de espetáculos junto à nova urbanização, um projeto privado que, segundo a autarquia, resolveu um “velho problema de degradação urbana”, é uma das novidades. Alarga para 18 os ‘palcos’ e permite “aumentar a noção das pessoas da dimensão da cidade”, considerou o presidente da Câmara, Ribau Esteves.
Questões climáticas em destaque
A instalação Monumental Constructions: Fábrica da comunidade, encomendada a Olivier Grossetête, ficará na Praça Marques de Pombal. O projeto, criado com a comunidade, começa hoje com a realização de oficinas, nas quais estão inscritas mais de 450 pessoas. Dia 17 será feita a montagem da construção, que é feita de papelão e terá 20 metros de altura. Dia 20 será desmantelada.
Outra novidade acontece dias 18 e 19, com o espetáculo de dança Passionately Defiant, de Joel Powell-Main, que aborda “a arte como um processo de inclusão”, referiu Pina, explicando que o bailarino perdeu o movimento das pernas, mas “não deixa de ser artista e marca a diferença”.
O projeto The Weight of Water, da Panama Pictures, é mais um dos destaques. Dias 19 e 20 mostra circo contemporâneo e dança no Cais das Pirâmides, numa performance “impactante que aborda questões climáticas”.
Uma projeção na fachada da antiga capitania de Aveiro, pela artista checa Julie Tampierová, intitulada Origens, vai trabalhar “traços da identidade do município”. E a Fanfarra dos Canais, que “está a ter uma adesão incrível” junto da comunidade, terá o dobro dos participantes do ano passado.