Festival Internacional de Circo Contemporâneo quer atrair turistas a Alfândega da Fé
A segunda edição do Circ’Bô-Festival Internacional de Circo Contemporâneo marcado para os dias 1, 2 e 3 de agosto, em Vilares da Vilariça, concelho de Alfândega da Fé, quer duplicar o número de participantes. A fasquia aponta para 3500 a 4000 festivaleiros.
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Um dos poucos festivais nacionais que põe o circo no palco principal, o Circ’Bô, assume-se como um evento na natureza, para usufruir com calma e com os cinco sentidos, seja através do circo, da música, da arte, da comida ou do artesanato.
A organização está a cargo da Associação iLocal – Inteligência Local, a promotora, que se afirma como um movimento de descentralização cultural e regeneração dos territórios de baixa densidade. Mais do que um festival, trata-se de uma experiência “para sentir a aldeia”, sugere Filipe Jeremias, da iLocal.
Com uma programação multidisciplinar, o evento inclui espetáculos de circo contemporâneo (Bô’Performances com a curadoria do INAC - Instituto Nacional das Artes do Circo), para resgatar a memória do circo vai às aldeias, que antigamente era regular, prática que se perdeu. “Nós entendemos que o festival se podia tornar num evento diverso, explorando áreas que fazem sentido para complementar o circo contemporâneo e criar submarcas. A principal é o Circ’Bô, mas temos outras como Bô’Comer (gastronomia), Bô’Ser (bem-estar), Bô’Kids (infantil), Bô’Som (música)”, enumerou Filipe Jeremias.
Com várias áreas programáticas, como o Bô’Comer (gastronomia) que conta com a presença de seis chefs que vão confecionar e recriar pratos tradicionais, terá a praça da alimentação, como os Sabores na Aldeia. “Vêm fazer um encontro gastronómico para recolher receitas antigas, muitas delas estão a perder-se. Para reinterpretar essas receitas e fazer experiências gastronómicas durante o festival. Temos ainda o projeto Cesta e Terra, com produtos locais, para incentivar os participantes a fazer piqueniques no meio da natureza”, sublinhou.
O Bô’Ser será ligado ao bem-estar e emocional, bem como aos novos estilos de vida mais lentos e em conexão com a natureza, como yoga, meditação, entre outras. Para os mais novos, haverá workshops para a família.
O número de concertos vai triplicar, sempre com a identidade cultural transmontana e portuguesa.
O Bô Bazar será um espaço para o artesanato com a presença de artesãos de vários pontos do país, que vão trabalhar ao vivo.
O festival contará com uma zona de camping gratuito (acessível com o Bô’Passe 3 ou 5 Dias), com área para autocaravanas, bem como com uma zona de Eco Camping (glamping) com tendas equipadas e infraestrutura de apoio, como cozinha. Uma espécie de hotel móvel com direito a lençóis e toalhas. Estarão igualmente disponíveis outras opções de alojamento em parceria com unidades locais, casas alugadas na aldeia e nas vizinhanças. Está ainda a ser desenvolvido um projeto ligado ao Bô’Eco que tem que ver com sustentabilidade. “Estamos a usar os resíduos alimentares para fazer compostagem para criar uma horta comunitária no próximo ano de modo a ter produtos próprios para serem consumidos no festival”, acrescentou Filipe Jeremias.
Durante o evento, haverá shuttles gratuitos entre Macedo de Cavaleiros e Vilares de Vilariça, garantindo o acesso ao recinto através de transporte público.
Com a responsabilidade social sempre na mira, o Circ’Bô tem preços especiais para os residentes no concelho de Alfândega da Fé, a 10 euros, o bilhete diário, e para região de Trás-os-Montes esse preço sobe até aos 20 euros. O bilhete regular custa cerca de 55 euros/dia comprado no local.