A comemoração do centenário do nascimento de José Saramago é o tema central da 6.ª edição do Festival Literário de Bragança (FLB), que vai decorrer entre quarta-feira e sábado, com encontros com escritores, exposições de pintura, sessões nos estabelecimentos prisionais do concelho e atividades em escolas.
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"Sendo um festival de literatura e para a literatura não podíamos desperdiçar a oportunidade de destacar o José Saramago, um dos maiores escritores a nível internacional. Fazia todo o sentido que nos associássemos às comemorações do seu centenário", explicou Avelina Ferraz, da Editorial Novembro, entidade que produz o evento em parceria com o Município de Bragança e a Academia de Letras de Trás-os-Montes.
A homenagem ao único escritor português, que venceu o prémio Nobel da Literatura, terá quatro dias de intensa atividade literária e artística na cidade, com a presença de escritores como Gonçalo M. Tavares, Maria Rouco, Sónia Borges, David Machado, André Osório, entre outros.
O evento contará com a presença da filha e da neta de José Saramago. "A filha vem inaugurar uma exposição logo no dia 25 e a neta participa numa sessão de Conversas Familiares para conhecer um pouco mais o que foi este escritor", revela Paulo Xavier, vice-presidente da Câmara de Bragança.
Este ano o FLB regressa aos estabelecimentos prisionais de Bragança e de Izeda com sessões de Risoterapia, "A felicidade sou eu" de Manuela Bulcão. "A UNESCO reconheceu a felicidade como um direito fundamental do Homem e neste contexto porque são dois locais em que com certeza tirarão proveito desta sessão, a missão é levar a felicidade a contextos mais difíceis das suas vidas", referiu Avelina Ferraz, salientando que se trata de "uma outra forma de literacia, através do riso" que é levada a um público mais específico.
Será inaugurada a exposição "Abraço a Saramago" da autoria de Violante Saramago Matos no Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, e ao palco do Teatro Municipal de Bragança sobe o espetáculo "O Ano da Morte de Ricardo Reis".
O festival decorre em vários locais da cidade, desde a Biblioteca Municipal, Centro de Arte Contemporânea, Teatro Municipal, agrupamentos de escolas, e ainda na União das Freguesias de Izeda, Calvelhe e Paradinhas Nova. "É uma forma de descentralizar o festival", afirmou o vice-presidente da Câmara.
A Academia de Letras de Trás-os-Montes vai "promover e projetar os autores locais, porque o festival é sem dúvida um palco excelente para essa divulgação de autores regionais que têm uma qualidade internacional", rematou Carla Guerreiro, da direção.