O Festival MIMO Amarante arrancou nesta sexta-feira com uma surpresa que apanhou o público de forma inesperada: Carlos Malta, consagrado músico brasileiro e referência da flauta de pife no projeto Pife Moderno, subiu ao palco para tocar com o grupo Mocofaia o último tema do concerto de abertura.
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Sem ensaio prévio, a colaboração nasceu de um encontro casual nas ruas de Amarante. O trio baiano — formado por Luizinho do Jêje, Marcelo Galter e Sylvio Fraga — confessou que a participação de Malta (toca no domingo) foi decidida na hora, fruto de uma conversa espontânea de reencontro furtuito.
A diretora artística do MIMO, Lú Araújo, na abertura oficial, sublinhou a “honra enorme” de regressar a Amarante pela sexta vez, celebrando a diversidade que marca o festival: mais de 60 atividades, 13 nacionalidades representadas e artistas de várias partes do mundo.
Durante a cerimónia de abertura, Jorge Ricardo, presidente da Câmara Municipal de Amarante, deu as boas-vindas ao público e destacou o papel do MIMO como um “festival cultural, um marco" na cidade. Apelou a que os presentes desfrutassem da música e da cidade: “Desfrutem deste mundo que veio até Amarante. Vamos viver com alegria esta música do mundo”.
Numa declaração anterior ao Jornal de Notícias, o autarca evitou comprometer-se com a continuidade do festival em caso de mudança no executivo municipal após as eleições autárquicas de outubro, às quais se recandidata. “É uma situação que está em avaliação. Obviamente que o MIMO é uma marca dos nossos executivos, mas a partir de outubro haverá um novo executivo e esse assunto terá de ser ponderado com todos os elementos em cima da mesa”, referiu. Jorge Ricardo sublinhou ainda a importância do festival para a cidade: “Sabemos bem o que o MIMO significou para Amarante. É uma mais-valia e a projeção que nos deu é inegável.”
Com mais de 500 pessoas envolvidas na organização, 150 artistas e cerca de 1300 refeições servidas, o MIMO representa também um esforço logístico de grande escala e uma ajuda importante para a economia local”, atalhou Lú Araúho. A noite prosseguiu com vários concertos, tendo Ana Moura como cabeça de cartaz.
A noite deste sábado é descrita pela organização como “uma noite de arte em estado de urgência” e de “pop contemporânea de vanguarda”. O alinhamento reúne cinco nomes de peso numa “travessia sonora sem fronteiras”: Chief Adjuah, José James, Daddy G (dos Massive Attack), Aja Monet e a brasileira Jéssica Gaspar.
Do jazz afrofuturista ao soul com influências de hip-hop, passando por poesia falada e batidas icónicas, o MIMO continua a marcar o circuito internacional da música e das artes.