Paula Oliveira, que perdeu a visão há sete anos, quer ser mais autónoma e ter vida digna.
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Paula Oliveira, uma mulher que ficou cega na sequência de complicações devido à diabetes, pede ajuda para adquirir equipamentos que lhe permitam viver com “dignidade” e devolvam alguma qualidade de vida. Com ajuda de amigos lançou uma campanha de crowfunding no PPL Causas, onde conta a sua história e tenta angariar 6500 euros.
A vida de Paula Oliveira, residente em Aveiras de Cima, Azambuja, mudou em 2016 quando, aos 25 anos, ficou cega devido a complicações com a diabetes, uma situação que ainda a deixa “revoltada” e “angustiada”, conta, ao JN. Teve mesmo de retirar os dois olhos e só recebeu ainda uma das próteses.
Desde então, realizar pequenas tarefas do dia-a-dia tornou-se muito complicado. As “dificuldades estão em todo o lado”, diz. “Só saio de casa para ir ao hospital e tem de ser acompanhada, porque sozinha não consigo”. Em casa “estou sempre a bater nas coisas, queimo-me muito no fogão quando tento cozinhar, não sei se a roupa que vesti tem nódoas ou se liguei sem querer alguma luz”, exemplifica.
Antes das complicações de saúde, Paula trabalhava no ramo da hotelaria e restauração, mas agora está reformada por invalidez e a pensão social de inclusão que recebe não chega para todas as despesas. Segundo conta, vive apenas com os animais de estimação, o cão Boris e dois gatos, e não tem retaguarda familiar.
Decidiu agora lançar uma campanha para adquirir uma bengala, um medidor de glicose com voz, uma pulseira detetora de obstáculos (Sunu band), um identificador de cores (clorino), telemóvel adaptado, relógio com voz, entre outros equipamentos que podem “mudar muito” a sua vida ao devolver-lhe alguma autonomia.
Os equipamentos são “muito caros” e os tempos de espera para ajudas do Estado “são longos”, desabafa Paula Oliveira, garantindo que está em lista de espera para atribuição de alguns equipamentos “há anos” e aguarda vaga num centro de reabilitação. “Não consigo nem posso esperar mais tempo. Mereço viver com dignidade”.