O vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, vai liderar uma candidatura independente. O movimento já foi constituído. Chama-se "Filipe Araújo, Fazer à Porto" e vai apresentar listas à Autarquia, Assembleia Municipal e a todas as freguesias. "A liderança da Câmara tem que continuar livre e independente", diz.
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"Tenho uma enorme motivação para contribuir em prol da cidade. O Porto cresceu e desenvolveu-se imenso nos últimos anos, fruto de um projeto que nasceu em 2013. Está num patamar diferente", justifica, assim, Filipe Araújo a razão pela qual decidiu encabeçar uma lista independente à Autarquia.
Para o presidente da associação cívica "Porto, O Nosso Movimento" (que suspendeu o mandato precisamente devido às eleições autárquicas), esse patamar, atingido, "ao nível do desenvolvimento cultural e económico, da coesão social e da sustentabilidade, está associado ao facto de" a cidade ter tido "uma liderança que só trabalhou em prol do desenvolvimento da cidade do Porto".
Por isso, Filipe Araújo acredita que o Porto tem que se manter "longe dos diretórios partidários", uma vez que considera que as orientações ideológicas podem ser "um espartilho" na hora de tomar as decisões necessárias para gerir os destinos da cidade.
Daí que considere que o Porto deve permanecer como sendo "uma cidade livre e independente", com uma "gestão que apenas está interessada em resolver os problemas dos portuenses".
"Numa lógica de continuidade da gestão independente e comprometida que o Porto tem desde o primeiro momento", reforça Filipe Araújo, defendendo que é a pessoa mais indicada para assumir essa marca por ser atualmente o único vereador em exercício que está em funções desde 2013.
Quanto ao facto de não contar com o apoio do presidente da Câmara, Rui Moreira, que já garantiu que se vai manter equidistante, Filipe Araújo sublinha, seguindo a mesma linha: "Sou o único que estou ao lado dele desde o início, estive sempre ao lado dele e estarei com todo o espírito de lealdade até outubro. Vou cumprir, com toda a lealdade, o meu mandato até ao fim".
O atual vice-presidente da Câmara Municipal do Porto também já sabe que não contará com o apoio, garantido desde 2013, do CDS-PP, que já se associou à candidatura do social-democrata Pedro Duarte. E poderá também perder o apoio da Iniciativa Liberal, partido que também se poderá aliar aos sociais-democratas.
Filipe Araújo não dramatiza, preferindo confiar na "maturidade democrática dos portuenses, que irão perceber" que apenas o seu movimento "tem capacidade para gerir a cidade", por ter "um foco muito grande na experiência dos últimos 12 anos e em querer pôr todo o seu empenho ao serviço dos portuenses".
"Num município, os eleitores votam nas pessoas e nas ideias", considera ainda o vice-presidente da Câmara do Porto, referindo que o seu movimento independente está "aberto a todos", ou seja, recetivo a acolher pessoas oriundas de forças partidárias.Daí que Filipe Araújo faça questão de enfatizar: "Sempre fomos um movimento muito claro. O que nos move é o Porto. Se as pessoas tiverem este mesmo espírito, pelo Porto e numa lógica de pensar a cidade, serão bem-vindas".
Independente
António Araújo também vai entrar na corrida
O diretor do serviço de oncologia do Hospital de Santo António, António Araújo, também deverá avançar com uma candidatura à Câmara do Porto no próximo mês. Em setembro do ano passado, o médico apresentou o Movimento "Porto com Porto", como sendo um movimento cívico, independente, que pretendia "pensar a cidade" e reunir propostas em matérias como segurança, urbanismo e mobilidade. Mas sempre foi visto como o embrião de uma candidatura autárquica, que deverá confirmar-se, no próximo mês, segundo apurou o JN. António Araújo foi coordenador do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a Saúde, durante a liderança de Rui Rio, que foi presidente da Invicta.
Candidatos
Socialistas e PSD
O PS já avançou com a candidatura do ex-ministro da Saúde Manuel Pizarro. E o PSD apostou no ainda ministro dos Assuntos Parlamentares e líder Distrital do partido, Pedro Duarte.
Outros partidos
A CDU vai candidatar a ex-deputada Diana Ferreira e o BE mantém a aposta no seu vereador Sérgio Aires. Já a Nova Direita avançou com Aníbal Pinto.
Independentes
Também já estão na corrida o ex-presidente da Câmara do Porto Nuno Cardoso, pelo movimento Pensar o Porto, e Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans.