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Quinze incêndios chegaram a estar, ontem, activos no Norte do País, sendo o maior foco de preocupação no Gerês, onde 70 bombeiros portugueses e espanhóis estiveram envolvidos no combate às chamas que lavravam, há mais de doze horas em pleno Parque Nacional.
O trabalho visou evitar a entrada do fogo na Mata da Albergaria. O vento foi o maior obstáculo ao trabalho dos bombeiros. Durante longos períodos de tempo, a GNR cortou a estrada que liga a vila do Gerês à Portela do Homem, com o objectivo de ajudar os bombeiros na sua missão. O resultado é que toda a zona de protecção de um dos maiores reservatórios de vida vegetal e animal mundiais ficou destruída.
Hercílio Campos, coordenado distrital, apontou as rajadas com mais de 70 Km/hora do vento como o maior obstáculo. Só às por volta das três e meia da tarde é que os primeiros litros de água começaram a ser despejados por um avião.
O presidente da junta de Campo de Gerês era a imagem da mágoa e da revolta: "é uma desgraça para nós, mais do que ninguém nós gostamos disto, e de repente por culpa de alguns responsáveis que não nada fizeram para evitar isto". António Pires Oliveira aponta o dedo, às direcções do parque ao longo dos 30 anos: "quem cá deveria estar era o senhor Henrique Pereira", anterior director do parque. O director do Parque mostrou-se "preocupado em evitar que haja uma catástrofe ambiental" do que em saber a quantidade de área ardida ou as causas do incêndio. "Isso ficará para depois", referiu Lagido Domingos.
No distrito de Viana do Castelo, o Parque Nacional da Peneda-Gerês foi, também, fustigado pelas chamas, que lavraram em localidades dos concelhos de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, incêndios que, à hora de fecho desta edição, encontravam-se já circunscritos. No caso do concelho arcuense, o incêndio, deflagrado ao início da tarde, lavrou na freguesia de Várzea, em pleno parque nacional, tendo sido combatido por 22 homens, entre sapadores, elementos da GNR e do Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade. Em Britelo, Ponte da Barca, duas dezenas de bombeiros da corporação concelhia, auxiliados por sapadores, combateram fogo que, segundo fonte da Protecção Civil, irrompeu em zona "de difícil acesso".