Um incêndio no concelho de Vila Pouca de Aguiar rondou duas aldeias e levou o pânico e o medo às povoações. Meios escassos e vento forte e inconstante causaram muitos problemas aos bombeiros.
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As aldeias de Tourencinho e Outeiro estiveram ameaçadas pelas chamas durante o dia e a noite de terça-feira, tendo sido equacionada a hipótese de evacuação.
Segundo o comandante Orlando Matos, dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, a velocidade do incêndio e a sua progressão pelo meio das aldeias, não permitiu atempadamente a evacuação das mesmas. No entanto, houve a preocupação acrescida de retirar as pessoas mais idosas.
A ordem de evacuação de Outeiro não chegou a ser dada. A câmara municipal de Vila Pouca de Aguiar disponibilizou transportes para ajudar a retirar alguns habitantes, nomeadamente idosos. Neste processo, foi fundamental a ajuda dos meios policiais e dos assistentes sociais.
Segundo Orlando Matos, "houve alguns episódios de ataques de pânico" entre as pessoas, à medida que viam as chamas aproximarem-se. Duas casas devolutas e alguns arrumos agrícolas arderam em Outeiro.
Segundo fonte da Proteção Civil, os meios são poucos para a dimensão dos incêndios. Há vários focos, o vento é forte e imprevisível, o que dificulta o combate às chamas.
Uma versão corroborada, no terreno, por Orlando Matos. "Os bombeiros estão muito esgotados. Já andamos nisto há muitos dias. Os que fazem serviço regressam nas folgas como voluntários", disse. "São vários dias, sem dormir, a comer mal, sem trocar de roupa. É esgotante", acrescentou.
O incêndio, que deflagrou às 10.48 horas de segunda-feira. Segundo a Proteção Civil, ao início da madrugada de quarta-feira, o fogo progredia em mato, com duas frentes. Estava a ser combatido por 91 bombeiros, apoiados por 27 viaturas.