O incêndio que deflagrou numa empresa de abate de aves, no concelho de Óbidos, provocou a destruição total do principal pavilhão de laboração do matadouro, onde trabalhavam cerca de cem pessoas. Só após as operações de rescaldo será possível apurar a dimensão dos prejuízos.
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"Iniciámos o rescaldo às 21.20 horas, depois de termos conseguido apagar um foco de incêndio num anexo ao pavilhão, onde os acessos foram bastante dificultados devido à queda da cobertura", disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros de Óbidos, Sérgio Gomes.
O incêndio, que durante a tarde consumiu o principal edifício da Nutriaves - Abate e transformação de Aves, na zona industrial das Gaeiras, teve inicio às 14.23 horas e foi combatido, por 83 bombeiros, apoiados por 31 viaturas, das corporações de Óbidos, Caldas da Rainha, Peniche, Bombarral, Nazaré, Alcobaça, S. Martinho do Porto, Pataias e Benedita.
O vento que fez com que "o incêndio atingisse uma grande velocidade de propagação" foi, segundo Sérgio Gomes, a principal dificuldade sentida pelos bombeiros no combate às chamas, que se estenderam da cobertura do edifício à "zona de embalagem e aos escritório, onde havia bastante material inflamável".
"Conseguimos evitar grandes danos nos anexos, mas o edifício principal está muitíssimo danificado", afirmou Sérgio Gomes, explicando que "a principal preocupação foi proteger as empresas contíguas para evitar a propagação do incêndio".
Fogo terá começado em quadro elétrico
As causas do incêndio, que segundo informações do proprietário aos bombeiros, "poderá ter começado num quadro elétrico da zona de abate de aves", estão a ser investigadas pelas autoridades.
O presidente da Junta de freguesia das Gaeiras, Eduardo João, sublinhou a "colaboração exemplar" das empresas vizinhas da Nutriaves que "rapidamente retiraram viaturas e materiais inflamáveis para facilitar a vida aos bombeiros", mas não esconde a preocupação com o fecho do matadouro que era até aqui "um dos principais empregadores da freguesia".
Mesmo admitindo que o proprietário venha a reabrir a empresa, Eduardo João considerou que o seu encerramento, "ainda que temporariamente, será um grande rombo não só na economia local, como nacional" já que, acrescenta, "há no país poucos matadouros tão especializados como este no abate e transformação de perus".
Pedro Félix, vereador da proteção civil na Câmara de Óbidos, transmitiu igualmente, "grande preocupação pelas muitas famílias que dependem desta empresa para sobreviver", esperando que "o proprietário tenha vontade e condições de reabrir".
A Lusa não conseguiu obter esclarecimentos por parte do proprietário, mas autarcas e bombeiros asseguram que só após o rescaldo, que deverá prolongar-se por algumas horas, será possível apurar a dimensão dos prejuízos.