O incêndio que começou em São Cibrão, Vila Real, e se estendeu a Sabrosa tem, este domingo, cerca de 80% do perímetro dominado, uma frente ativa e alguns pontos quentes.
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"Neste momento temos um cenário bastante favorável, conseguimos ter trabalho muito eficaz das equipas durante a noite, apoiadas também com quatro máquinas de rasto que fizeram a consolidação de grande parte do perímetro", disse o segundo comandante sub-regional do Douro, José Requeijo, num ponto de situação feito pelas 8 horas deste domingo.
Segundo o comandante, esta manhã "ainda há alguns pontos quentes" e uma linha de fogo a arder com "média intensidade" e "com difícil acesso" que é preocupante, tendo em conta o aumento das temperaturas, mas que está a ser dominada. "Estamos também a aguardar a chegada de reforço de médios aéreos, que estão pedidos, para consolidar e extinguir pontos quentes com maiores dificuldades de acessos dos meios terrestres", afirmou o comandante.
Foto: Pedro Sarmento Costa/Lusa
Lar evacuado
O alerta para o incêndio - combatido esta manhã por 294 operacionais e 102 veículos - foi dado pelas 14.20 horas de sábado, em São Cibrão, Vila Real, prosseguindo para Sabrosa, onde se aproximou de várias localidades, como Anta, Garganta e São Martinho de Anta. Nesta última localidade, foram retirados de um lar de idosos 19 utentes por precaução, que regressam esta manhã ao edifício.
De acordo com o vereador da Proteção Civil de Sabrosa, António Araújo, o fogo queimou zonas de mato, pinhal e eucaliptos e ainda quintas de algumas habitações. Arderam ainda cabos da rede telefónica na estrada entre Garganta e São Martinho de Anta, a qual está cortada ao trânsito por causa de postes e cabos caídos.
Este fogo - cujas causas estão a ser investigadas pelas forças de segurança - é já o segundo grande incêndio que afeta o concelho, no espaço de duas semanas, com o primeiro a queimar cerca de 600 hectares na zona de Souto Maior.
Foto: Pedro Sarmento Costa/Lusa
Meteorologia adversa
José Requeijo espera que a manhã, com pouco vento, traga uma "janela de oportunidade relativamente à atividade e intensidade do fogo". No entanto realçou que as "condições meteorológicas vão ser adversas", esperando-se um dia muito quente, pelo que o comportamento do fogo pode provocar alguma alteração.
O comandante sub-regional do Douro apontou ainda a outros dois incêndios que estão em curso no concelho de Vila Real, e que estão a causar preocupações. "Temos de estar aqui, no fundo, a dividir meios e esta dificuldade também acresce à extinção deste fogo", referiu o comandante.
Portugal continental está, entre hoje e quinta-feira, em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias, anunciou no sábado a ministra da Administração Interna.
Foto: Pedro Sarmento Costa/Lusa
Dez meios áereos em dois incêndios em Vila Real
Dois incêndios estão a lavrar em área de pinhal e mato em Torgueda e Siralhelhos, no concelho de Vila Real.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o incêndio em Torgueda, que começou pelas 20 horas de sábado, mobilizava a meio da manhã 113 operacionais, 30 viaturas e quatro meios aéreos. Para o outro fogo, que começou em Sirarelhos pelas 23.45 horas, foram ativados 104 operacionais, 26 viaturas e seis meios aéreos.
O comandante dos bombeiros da Cruz Branca de Vila Real, Orlando Matos, disse à agência Lusa que os dois fogos estão a causar preocupações e estão com pontos muito quentes, desenvolvendo-se em áreas de mato e de pinhal.
No fogo que começou em Torgueda, o receio é que ele avance em direção às aldeias de Granja e Bisalhães, localidades onde estão a ser posicionados meios de combate. O fogo que tive início em Siralhelhos tem duas frentes ativas, uma das quais lavra em pinhal em direção a Gontães.