<p>Uma antiga fábrica de fios, falida há anos, foi hoje, quinta-feira, destruída por um incêndio, pelas 19.30 horas na Maia. A hora a que o fogo começou e a dificuldade em encontrar bocas-de-incêndio eram os temas comentados por quem assistia ao trabalho dos bombeiros.</p>
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Seriam largas as dezenas de pessoas que se amontoavam do outro lado da rua do armazém ou por detrás das fitas de segurança. Entre elas, questionavam a hora a que as chamas deflagraram, sobretudo atendendo a que se trata de uma fábrica falida, à venda ou para arrendar há já bastante tempo e, portanto, fechada.
Enquanto isso, perto das chamas, trabalhavam 40 bombeiros de nove corporações e vários camiões cisterna. Dentro das instalações da antiga fiação Chenillatex havia sobretudo papel e cartão, derivados de madeira, explicou Gilberto Gonçalves, dos bombeiros de Valongo. Daí a violência das chamas, que acabaram por destruir o interior do edifício, que confina de um lado com o Parque Tecnológico da Maia, o TecMaia, e de outro com um stand de automóveis e, um pouco mais adiante, dizia a moradora Emília Azevedo, com uma fábrica de produtos químicos, que não chegou a estar ameaçada pelas chamas.
Em torno do armazém, iam e vinham camiões-cisterna, pelo menos três. À dificuldade em encontrar bocas de incêndio a funcionar, os bombeiros responderam com tanques, que abasteciam longe do lugar, adiantaram fontes no local. Questionado, o vereador para a Protecção Civil da Maia, Mário Neves, recusou confirmar se alguma das bocas-de-incêndio que iam sendo tentadas pelos bombeiros estava a funcionar. "O que interessa é que haja água e há", respondeu, ao JN, apontando para um dos camiões-cisterna, ao mesmo tempo que as ambulâncias eram estacionadas para dar lugar a mais tanques de água.
Mesmo em frente, Joaquim Pacheco, dono do café com o mesmo nome e do "aparthotel" ao lado, ainda se preocupava, apesar de as chamas estarem controladas, pelas 22 horas. "Os estrondos eram altíssimos e os bombeiros demoraram imenso tempo a chegar. Tive medo que fagulhas atravessassem". Mas nem atravessaram nem se registaram feridos. A Cruz Vermelha da Maia esteve, contudo, de prevenção.