Um jovem casal, de 18 e 22 anos, mais os dois filhos, de sete meses e três anos, ficaram esta terça-feira desalojados, após um incêndio ter destruído por completo a casa onde viviam, no bairro da Anta, em Castelo da Maia. O Município da Maia está a estudar uma solução para o realojamento da família.
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Sentada no chão enquanto dava colo ao bebé, de sete meses, Estrela Monteiro, 18 anos, ainda parecia, esta quarta-feira de manhã, estar anestesiada. Junto aos escombros da habitação, um pré-fabricado que ao longo de mais de 30 anos foi servindo de teto à família, e onde morava com o companheiro, Miguel Moreira, de 22, e com os dois filhos, Danilson e João, a jovem ainda parecia descrente do que realmente aconteceu.
Em pouco mais de meia hora, a casa, para onde a avó, Alexandra Monteiro, 48 anos, foi viver quando tinha 14, ficou resumida a pedaços de carvão. Tudo indica que o incêndio teve origem num curto-circuito nos cabos elétricos, que passavam por baixo do telhado.
"Ninguém se magoou e a sorte foi ter acontecido de dia, porque se fosse à noite, ninguém dava por nada e morriam todos", desabafou ao JN a avó de Estrela, que passou o dia a chorar face a tamanha "desgraça".
Na altura, à hora de almoço, estavam sete pessoas na casa, incluindo a jovem com o bebé. O filho mais velho estava na escola. "Estávamos todos dentro de casa quando nos apercebemos de um cheiro a queimado. Quando cheguei cá fora, já só vi muito fumo", contou um tio da jovem, que com a ajuda de vizinhos ainda tentou "atirar água para apagar as chamas". Mas de nada valeu. A casa ficou desfeita. "Foi uma aflição enorme", resumiu o mesmo familiar, dando conta que Estrela e Miguel "perderam tudo: mobília, roupa e eletrodomésticos".
De acordo com fonte do Município, "o casal apenas conseguiu resgatar a medicação das crianças e algum dinheiro".
Já com a intervenção do serviço de acompanhamento social da autarquia, "cuja equipa prontamente se deslocou ao local, foi possível garantir assistência imediata à família, fornecendo vestuário, calçado, alimentos, fraldas, toalhitas, berço e outros bens necessários para os dois adultos e as duas crianças".
A mesma fonte fez ainda saber que "a família vai continuar a beneficiar de acompanhamento social". Já quanto à habitação, a Espaço Municipal, empresa municipal responsável pela gestão do parque habitacional da Maia, "está já a cuidar de estudar uma solução para o realojamento mais apropriado para a família".
Ainda assim, quem quiser ajudar: o bebé veste roupa de um ano e calça o 19/20; já João, o menino de três anos, veste roupa para três/quatro anos e calça o 24; a mãe, Estrela, calça o 42 e veste o L e o pai, Miguel, calça o 41 e veste o S.
Estrela e Miguel, com os dois meninos, ficaram a pernoitar na casa da avó Alexandra.
No bairro da Anta, restam agora três casas ainda habitadas.