O sumagre, um arbusto de bagas cor de tijolo, teve, no passado, em Foz Côa, tanta importância económica como tem hoje a vinha. Atualmente é desprezado e o que existe no mercado é importado. A Câmara pretende recuperar a cultura, pensando, também, no aproveitamento económico para a medicina, a cosmética e a gastronomia.
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Foz Côa teve, em tempos, grande importância na produção de sumagre, ao nível do que hoje representa a cultura da vinha. É um arbusto com bagas cor de tijolo que foi muito usado na indústria dos curtumes e das tinturarias. A Câmara foz-coense pretende recuperar, agora, a cultura, pensando, também, no aproveitamento económico para a medicina, a cosmética e a gastronomia.
No século XIX, a indústria do sumagre era muito forte em vários locais do Douro, mas “Foz Côa comprava-o todo, já que era o centro de distribuição para a indústria”, recorda a vereadora Ana Filipe. O desejo de recuperar a cultura e dar-lhe nova “vida” começou, de acordo com Ana Filipe, com a recente “aquisição da única atafona que se conhece no país e que está intacta”. Está na freguesia de Muxagata, no concelho foz-coense. Uma atafona é “o engenho que era usado para moer as bagas e as folhas do sumagre”.
A autarca descreve que a planta “era colocada numa pedra de granito muito grande” e, com a ajuda da força de uma junta de bois, “era moída até ser transformada em pó”.