Francisco Tavares liderou a Câmara de Valpaços durante 28 anos e é a escolha da coligação do PSD/CDS-PP para retirar o PS do poder.
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Os sociais-democratas de Chaves aliam-se pela primeira vez ao CDS-PP e apostam num "dinossauro" para recuperar a Autarquia perdida em 2017 para o PS. Trata-se de Francisco Tavares, de 65 anos, que presidiu à Câmara de Valpaços entre 1985 e 2013, com uma pausa entre 1999 e 2002 para ocupar um lugar de deputado na Assembleia da República. O engenheiro civil licenciou-se recentemente em Direito.
Depois de 28 anos como autarca em Valpaços o que o motiva a candidatar-se em Chaves?
A experiência adquirida na gestão municipal e os conhecimentos técnicos, jurídicos e administrativos, que permitem assumir o cargo de presidente de Câmara com tranquilidade. A obra feita e a melhoria das condições de vida em Valpaços são um bom exemplo para os eleitores de Chaves. Creio que poderei trazer mais confiança e dar garantias na gestão municipal, com melhor aproveitamento dos recursos humanos e financeiros da Autarquia.
Admite ser difícil vencer pelo facto de não ser natural do concelho?
Os meus avós são naturais do concelho de Chaves. Estudei aqui e aqui pretendia desenvolver atividade jurídica, mas a política trocou-me as voltas. Conheço melhor que ninguém os processos administrativos municipais, pelo que estou preparado, técnica, jurídica e politicamente, para representar dignamente o Município de Chaves.
Em caso de vitória, porque pensa que o seu executivo será melhor que o atual?
Porque é conhecido o meu passado como responsável autárquico e incuto nas pessoas um espírito de confiança. Por ter capacidade de realizar obras para dotar o concelho de infraestruturas, melhorar o urbanismo da cidade, criar novos espaços públicos e integrar o PDM como fator de ordenamento e não de estrangulamento. Há uma quebra de rendimento acentuada no comércio local, que luta com a concorrência das grandes unidades comerciais, agravada pelas decisões erradas do atual executivo.
Quais são os principais objetivos da candidatura?
Olhar com particular atenção para o problema social que tem vindo a agravar-se. A rede viária está em péssimas condições e urge tomar medidas. Há que resolver carências enormes no domínio do saneamento e abastecimento de água. Há freguesias, mesmo urbanas, em que a falta de investimentos é gritante, e bairros da cidade que precisam de intervenção social e urbanística. Pretendo privilegiar o relacionamento com os municípios de fronteira, tirar partido da centralidade e de a poucos quilómetros de Chaves existir uma ferrovia de alta velocidade que nos projeta na Europa. O concelho vive muito da visita de espanhóis e não podemos descurar este importante filão. Temos de exportar mais a riqueza termal para atrair mais visitantes, com benefícios económicos para Chaves. Há que estar atento a possíveis investidores, pois só assim se pode perspetivar a criação de postos de trabalho e a fixação de pessoas. Devemos despoluir o rio Tâmega e aproveitar as lagoas artificiais do rio para recreio e lazer.