Há testemunhas envolvidas em vários processos e até sem-abrigo já serviram para comprovar as moradas. Problema é mais grave no Centro Histórico.
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A deteção de fraudes levou a maioria das juntas de freguesia do Porto a mudar o processo de atribuição de atestados de residência a imigrantes. Há casos em que as testemunhas estão envolvidas em múltiplos processos, tendo sido detetadas situações em que até pessoas em situação de sem-abrigo foram "usadas" para comprovar a residência dos imigrantes. O problema é mais evidente no Centro Histórico, que todos os dias recebe pedidos. Os esquemas ilícitos para obtenção dos atestados acontecem em vários pontos do país, havendo milhares em investigação.
No Porto, a maioria das juntas exige documentos e não apenas testemunhas presenciais para emitir o atestado. De acordo com Nuno Cruz, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, os serviços "começaram a perceber que as pessoas que confirmavam a morada de imigrantes estavam envolvidas em vários processos". Chegaram a identificar, por exemplo, duas testemunhas que viviam em situação de sem abrigo, o que "é contra a lei, uma vez que estas pessoas têm obrigatoriamente de ser recenseadas na freguesia", referiu.