O presidente da Câmara da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro, apresentou, este sábado, a candidatura à Federação Distrital de Braga do PS, numa reunião da comissão política polémica. O atual líder, Joaquim Barreto, abandonou a sala, a meio do discurso de um dos dirigentes, "por causa da linguagem com pouca elevação cívica e democrática que estava a ser usada".
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Segundo Joaquim Barreto, a saída prematura da reunião, que foi acompanhada por Luís Soares, presidente da mesa, e outras pessoas próximas, "nada teve a ver com a candidatura de Frederico Castro", mas antes com a "falta de condições" que surgiram após os discursos de alguns dirigentes.
O líder da Federação refere-se a Jorge Costa, Raúl Rocha e Ricardo Gonçalves. Foi quando este último usava da palavra que Joaquim Barreto decidiu abandonar a sala. "Ficou a falar sozinho. Ficaram lá cinco ou seis pessoas. O próprio Frederico, também, saiu", garantiu o líder da Distrital do PS Braga, sublinhando que "as pessoas que saíram não se reviam naquilo que estava a acontecer".
Versão diferente de Ricardo Gonçalves, dirigente que viu o discurso interrompido e que critica "a forma intempestiva" com que Joaquim Barreto e os seus apoiantes deixaram os trabalhos. Para o socialista, a atitude serviu "para não dar importância ao momento que se estava a viver".
"Três dirigentes foram falar de um momento histórico do PS em Braga, porque íamos ter um líder [Frederico Castro] que queria unir o partido, que ia voltar a haver a liberdade para discutir tudo e que se iam escolher os melhores. Teríamos uma nova realidade, porque o PS está muito mal com a atual direção", esclareceu Ricardo Gonçalves, considerando que "a candidatura de Frederico Castro é um 25 de Abril no PS de Braga".
Frederico Castro não quis comentar o assunto, mas ressalvou que "aquilo que correu menos bem" na reunião "nada tem a ver com a candidatura ou os seus propósitos".
Ao JN, o autarca da Póvoa de Lanhoso adiantou que avançou com a candidatura, na sequência "de uma vontade muito alargada de militantes do distrito" que lhe foram fazendo essa abordagem. "Há uma vontade de ter uma candidatura consensual e é esse trabalho que estou a fazer. Estou a trabalhar no sentido de ter uma base alargada de apoio para que haja uma só candidatura à distrital", justificou.
"O PS tem responsabilidades muito grandes a nível nacional e, no distrito, o que as pessoas precisam é de um partido forte. Tenho que resolver questões que possam estar por resolver e trazer pessoas para um ponto de convergência. O consenso alargado é a marca desta candidatura", frisou Frederico Castro.
A reunião da Comissão Política Distrital deverá ser retomada na próxima semana para definir, entre outros assuntos, a data das eleições para os presidentes das concelhias.