Depois do chumbo em 2022, a proposta de desagregação das freguesias de S. Martinho e Santiago de Bougado, na Trofa, deverá voltar à discussão e votação na Assembleia de Freguesia graças a um requerimento apresentado por nove dos 13 membros eleitos pela coligação Unidos pela Trofa (PSD e CDS) e pelo PS.
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O adensar das divisões internas do PSD Trofa voltam a refletir-se no processo de desagregação das freguesias de S. Martinho e Santiago de Bougado, que, dois anos depois de ser chumbado em Assembleia de Freguesia, deverá voltar à discussão e votação pelos 13 membros deste órgão graças a um requerimento de eleitos pela coligação Unidos pela Trofa (PSD e CDS) e pelo PS.
Além dos quatro socialistas que integram a assembleia, cinco dos nove membros da coligação que está em maioria no executivo subscrevem o pedido para a convocação da reunião extraordinária, superando, no total, os sete votos contra registados em outubro de 2022 por parte de eleitos da Unidos pela Trofa, então divididos entre a concordância do Executivo municipal e a posição desfavorável do presidente da Junta de Bougado, Luís Paulo.
Apesar de o requerimento agora apresentado não ter sido subscrito por todos os membros da coligação com assento na Assembleia de Bougado, o presidente da concelhia do PSD, José Fernando Martins, afirma, ao JN, que “não há divisão” no partido, e explica que “não houve a solicitação de todos os eleitos [da coligação para o pedido] por não ser necessário”. O social-democrata adianta, ainda, que a concelhia pretende que “todos os intervenientes [no processo] estejam alinhados”, e diz esperar “unanimidade na votação”, ao contrário do que sucedeu há dois anos, quando a desagregação das freguesias foi chumbada por sete membros da coligação Unidos pela Trofa.
Em comunicado, o Movimento por Santiago de Bougado, que defende a desagregação das freguesias, congratula-se com “tão oportuna, justa e meritória iniciativa” dos nove membros da assembleia, que, “interpretando o sentir, as aspirações e o querer da larguíssima maioria dos habitantes das duas comunidades (...) requereram a convocação de uma Assembleia de Freguesia extraordinária, destinada a apreciar e votar uma proposta, por eles já subscrita”.
Há dois anos, a proposta do Movimento por Santiago de Bougado para a desagregação das freguesias chegaria à Assembleia de Freguesia através de uma petição subscrita por mais de duas mil pessoas, mas o processo, que decorreu a ferro e fogo e, além de adensar as cisões entre os sociais-democratas, envolveu o cancelamento repentino de uma assembleia e a renúncia do seu presidente, resultaria em sete votos contra e seis a favor, inviabilizando, assim, a discussão do ponto em Assembleia Municipal.
Fonte ligada ao movimento, afirma, ao JN, que, “agora, foram os próprios membros da Assembleia de Freguesia a pedir para discutir e votar a desagregação, o que demonstra que terá sucesso”.