A vila de Ponte de Lima viveu este sábado um dos pontos altos das Feiras Novas, com o seu tradicional cortejo etnográfico, que contou este ano com uma participação de freguesias acima do habitual e foi, por isso, mais longo também.
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Durante mais de três horas, o centro da localidade lotado de gente viu desfilarem grupos de bombos e gigantones, homens, mulheres e crianças envergando trajes regionais, tocadores de concertina e quadros representativos das lides agrícolas, usos e costumes e atividades artesanais de "30 de 40 freguesias" do concelho.
O cortejo conhecido como um "museu vivo" daquele município do Alto Minho, apresenta-se todos os anos ao público nas Feiras Novas, que estão a um ano de celebrar 200 anos desde a criação existência. Nesta edição, por influência das eleições autárquicas que se realizam num mês, o evento engrandeceu-se.
Foto: Ana Peixoto Fernandes
"Este é o momento em que as freguesias participam para demonstrarem aquilo que são as nossas tradições. E, este ano, temos uma participação por parte das juntas de freguesia bastante alargada, diria que, muito possivelmente, porque estamos num ano de autárquicas, em que muitos presidentes de junta saem e querem também demonstrar aquilo que melhor se faz nos seus territórios", declarou o presidente da Câmara de Ponte de Lima, Vasco Ferraz, referindo que este sábado foi, como sempre, "o dia de maior enchente" das festas. "Este será um dos anos em que temos mais população a assistir exatamente por isso também, porque as freguesias têm uma participação maior". "Não estão as freguesias todas, porque não temos capacidade. O cortejo num ano normal demora cerca de duas horas e meia e este ano demora mais de três horas", notou o autarca, antes do arranque do desfile, que descreveu como "um dos momentos mais genuínos do ano" em Ponte de Lima.
Foto: Ana Peixoto Fernandes
O secretário de Estado do Ambiente, João Esteves, ex-autarca do município vizinho de Arcos de Valdevez, sentou-se na tribuna de honra a assistir ao momento alto das Feiras Novas. "É um momento de celebração daquilo que nós temos de mais tradicional e o maior contributo que podemos dar à cultura tradicional portuguesa é o Alto Minho e hoje é o dia de Ponte de Lima mostrar o que temos de mais genuíno e mais português", considerou o governante, destacando "a vivacidade de quem esteve ligado à fundação da nacionalidade [porque] Ponte de Lima está a celebrar os seus 900 anos como vila".
As festas de Ponte de Lima, em honra de Nossa Senhora das Dores, prolongam-se até segunda-feira, 15 de setembro.
O evento, que integra o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, está este ano a dar visibilidade às comemorações dos 900 anos da fundação daquele município. A efeméride será assinalada este domingo à tarde, noutro cortejo, o Histórico, com o tema "E Fez Vila o Lugar de Ponte: 900 Anos de Foral".
Após o desfile decorrerá uma Tourada no recinto da Expolima (às 18 horas), e à noite, decorrerá o Festival Limiano de Folclore.
A festa culminará segunda-feira, com a última Feira Franca e um dia reservado à componente religiosa, despedida das bandas de música e uma última noite de baile no Largo de Camões.