A Feira do Fumeiro de Vinhais, um dos melhores momentos para os produtores do concelho venderem enchidos, deve voltar a esgotar a produção, referiu o rpesidente da Câmara Luís Fernandes, durante a apresentação do certame esta terça-feira.
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Exemplo disso é a alheira que, pelo segundo ano consecutivo, foi considerada o melhor enchido do mundo pela Plataforma Atlas, baseada nas opiniões dos consumidores. “A procura por este enchido aumentou muito nos últimos anos, o que também alavanca o restante fumeiro. E estamos a pensar organizar um evento, que pode ser um fim de semana gastronómico, só dedicado à alheira”, adiantou o autarca.
Se é verdade que a castanha é a produção que gera mais riqueza no concelho, foi o fumeiro que levou o nome de Vinhais pelo mundo fora. “Para a feira serão levadas várias toneladas de fumeiro porque é fácil vender este produto. Aliás, é todo vendido. Todos os anos esgota e este ano não será diferente”, referiu Luís Fernandes, sobre o certame que decorre entre 6 e 9 de fevereiro.
Este ano, o certame conta com 50 produtores de fumeiro de Vinhais, dos quais quatro participam pela primeira vez, e cerca de 20 são oriundos de outros concelhos que pertencem à área de indicação geográfica protegida.
Segundo a Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSB) este ano foram solicitadas autorizações para o abate de 300 porcos, que foram transformados em enchidos. Maria de Jesus, produtora de enchidos na aldeia de Seixas, matou 11 animais. “Foi para fazer o fumeiro. Dá muito trabalho, mas ainda vai compensando. Há 25 anos que participo na feira”, referiu.
Luís Fernandes destaca a importância de novos produtores participarem, pois, a idade avançada de muitos os que se dedicam à fileira do fumeiro é uma preocupação do município. “Temos muitos que já não são propriamente jovens e é importante que os mais novos venham e aproveitem esta oportunidade porque o fumeiro é uma potencialidade em termos económicos. Sem produtores não há fumeiro”, afirmou o autarca.
Pedro Rodrigues, presidente da ANCSB, explicou que as novas tecnologias já são usadas nesta produção e funcionam como uma forma de atração dos mais novos para a fileira. “Com uma simples app num telemóvel é possível abrir e fechar portas e janelas, regular a temperatura. Há quem use desumidificadores nos dias chuvosos e de nevoeiro”, descreveu o responsável.
A importância do fumeiro no concelho leva o município a conceder várias ajudas a quem o queira produzir, desde apoio na instalação de cozinhas regionais, à sanidade animal e até à oferta de cerca de 50 leitões por ano para criação e abate. “No total, investimos mais de 70 mil euros nos apoios à produção e mais de 450 mil euros na organização da feira”, indicou Luís Fernandes.
A feira é também uma festa, que este ano conta com vários concertos, nomeadamente Tony Carreira e Ana Moura, mais um festival de gaitas de foles. Há ainda provas de alheira comentadas pelos chefs Óscar Geadas e Marco Gomes.